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O Brasil tem jeito?

Francisco Laviola – 28/09/2017

Esta é a pergunta que os brasileiros, ao analisarem o cenário político e econômico, fazem todos os dias. E eu respondo com muita convicção: o Brasil tem jeito sim. Somos um povo acostumado com o trabalho duro, um povo sofrido na sua maioria, pela falta da contrapartida de tudo aquilo que produz e de tudo que paga em impostos. Mas bastou um pouquinho de estabilidade de um governo, ainda que ruim, sem popularidade e suspeito de estar enterrado até o pescoço na corrupção, para que a economia do país começasse a esboçar um pequeno sinal de reação, apesar da turbulência política.

Embora haja uma ideia histórica de que o crescimento da economia depende de uma boa gestão do país, e de que esta mesma gestão deve ser comandada por pessoas probas e de honestidade comprovada, pressupostos raros no meio político hoje em dia, o Brasil, ainda assim avança. O legado que vem sendo deixado pela Operação Lava-Jato e a ideia inequívoca de que a Justiça tem que ser para todos, com a consciência de que ninguém pode estar acima da lei, tem levado confiança ao mercado, fazendo com que a economia comece a se descolar da política emporcalhada, sustentada pelos últimos governos.

O Brasil de Lula deu uma falsa esperança ao povo. Deu com uma mão e tirou com a outra. O Brasil da Dilma, consolidou a corrupção nas estatais, nos fundos de pensão, virou as costas para o povo e deu “pedaladas”, para camuflar os gastos de uma reeleição criminosa, sustentada pela mentira e pela prática de um estelionato que a fez subir num cadafalso, e ali mesmo, diante de cerca de 210 milhões de brasileiros, enforcar-se.  Já o Brasil de Michel Temer, no qual todos os indícios apontam paras a continuidade das práticas ante-republicanas, vai tentando buscar as reformas estruturantes, embora maquiadas pelas inconsistências impostas, tanto pelo seu núcleo político como por um Congresso absolutamente desmoralizado. É desta forma que ele vai atravessando, aos trancos barrancos, a sua famosa ponte para o futuro, que se transformou numa frágil “pinguela” que ameaça ruir.

Ainda assim, temos hoje uma inflação que se afigura abaixo da meta, os juros, que já foram os índices mais altos do planeta, estão em queda, o que permite aos mais corajosos  investidores algum tipo de acrobacia no sentido de driblar os remanescentes reflexos de uma economia estraçalhada pela má gestão e pela corrupção deste três “patetas”, aos quais o povo confiou, e, infelizmente, colocou no poder.

Uma outra questão que devemos lembrar, são as empresas da construção de obras públicas, envolvidas em investigações, e que, por cerca de dois anos e meio ficaram praticamente paralisadas. Agora, com os acordos de leniência que estão sendo feitos, elas estão voltando às suas atividades, o que não deixa de ser um dado positivo.

O certo é que, se a economia continuar a se descolar da emporcalhada política na qual o país foi criminosamente envolvido, há esperanças de que haja uma recuperação num tempo menor do que aquele que os pessimistas de plantão estão prevendo.

Portanto, apesar de tudo, acho que o Brasil tem jeito.

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