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A arrogância não tem lugar na história

Nada melhor do que a derrota para mostrar que a arrogância jamais terá lugar no pódio. A humildade é a melhor parceira de trabalho dos vencedores. Esta semana vi várias vezes a entrevista do presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, o “cartola” mais arrogante que já conheci no mundo do futebol. Já vou logo avisando que não sou vascaíno; sou botafoguense sadio, mas tenho um neto e um filho vascaínos. Torci por eles e por outros amigos para que o Vasco não fosse rebaixado. Pela primeira vez, durante todos esses anos que acompanho futebol, vi o presidente vascaíno, numa entrevista, cabisbaixo, vencido, humilhado, sem olhar para as câmeras, fazendo um “mea culpa”, confessando ser ele o único culpado pelo rebaixamento do “Gigante da Colina” para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.

São nesses momentos que cabem as reflexões que devem levar a uma mudança de postura dos arrogantes de narizes empinados que governam e que pelo fato de terem conquistado o poder, se acham acima do bem e do mal. São pessoas que não entendem que os seres humanos passam e por mais poderosos que sejam, seus poderes são efêmeros, enquanto as instituições permanecem, ainda que dilaceradas, à espera da reconstrução.

Felizmente, como dizem, o tempo é o senhor da razão. Com o tempo, a verdade se sobrepõe à mentira e sempre haverá a possibilidade da reconstrução dos estragos promovidos pelos malfeitos. Assim é também o Brasil de hoje, pois os tempos estão mudando. Se não temos observado os roncos das ruas e o barulho dos “panelaços” como principais formas de protestar, temos hoje a força surda, mas potente, das redes sociais cujas mensagens chegam através do WhatsApp, por exemplo, em tempo real.

Vejam. Na Argentina, já caiu a “dinastia” Kirchner; na Venezuela, o todo poderoso regime chavista está amargando uma terrível derrota nas eleições para o parlamento e pode mudar totalmente os rumos da política do país. O efeito dominó está no ar e pode chegar ao Brasil, com a possibilidade de um impeachment da presidenta, ou quem sabe, até da sua chapa, pois corre no TSE um outro processo de impedimento por abuso de poder econômico e outras irregularidades na campanha presidencial de 2014. Até o ex-presidente Lula, nesta semana, numa reunião com sindicalistas, disse em alto e bom som que o Brasil está fora dos trilhos. Ou seja, o castelo formado pelo lulopetismo está ruindo. Lula está de olho, e, espertíssimo como sempre, ele já descobriu que é melhor admitir os erros praticados nos últimos governos, deixar de lado a arrogância da presidenta e tentar salvar a sua liderança antes que seja tarde.

Como comecei essa crônica falando da arrogância do Eurico, só para desintoxicar, volto ao futebol para contar uma pequena história. No ano passado, quando o meu Botafogo foi rebaixado para a segunda divisão, enquanto o Vasco subia para a primeira, um amigo vascaíno me disse que o “Fogão” tinha feito uma grande contratação para disputar a série B do Campeonato Brasileiro. Perguntei a ele qual seria essa contratação de peso, tendo ele me respondido: o Botafogo contratou, por empréstimo, o ônibus e o motorista do Vasco, pois ele já conhece bem o caminho da série B. Como bons pagadores que somos, estamos devolvendo o ônibus e o motorista vascaíno. Agora, José Wilson, estamos quites. Até a próxima, amigos.

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