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A DANÇA DAS TERMINOLOGIAS NO IDEÁRIO POPULAR

Adellunar Marge

O tempo e as contingências alteram as significações dos termos de acordo com o próprio comportamento humano. Tudo parece fluir em um “vir-a-ser” constante e interminável. O ser humano é um “sendo”, pois vai se construindo e se reconstruindo em um processo contínuo. Há muito tempo, por exemplo, costumava-se chamar as linhas de esquerda de “progressistas” e as linhas liberais de “reacionárias”, porque reagiam às mudanças na organização social. Mas não existem conceitos que se mantém por muito tempo, justamente porque são formulados por seres humanos que se alteram e se reconstroem através dos tempos.

Há um ditado que diz: “só reclama do sistema quem nele não está inserido”. Assim, a Esquerda sempre exerceu uma crítica feroz ao poder, quando nele não estava, mas é violentamente “reacionária” à mudança no poder quando nele está inserida. O apego ao poder é próprio do ser humano, independente de qualquer ideologia. Se o intelectual chamado de “tradicional” pela esquerda gramsciana defende um tipo de estrutura de poder, o chamado intelectual “orgânico” defende outro. É claro que o “idealizado” intelectual orgânico já não guarda pertinência alguma com a classe que defende, uma vez que, tendo freqüentado os bancos das Universidades, ou sendo integrante das chamadas classes de artistas, escritores, compositores e outras tantas áreas, já não tem mais nenhum resquício das supostas classes que afirma defender. De organicidade já não têm nada. Justamente por isso são chamados, principalmente em nosso país, de “Esquerda Festiva” ou “Esquerda Caviar”, que elogiam ao extremo os regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua, mas passam suas longas férias em Paris ou nos badalados shoppings dos EUA. A diferença entre aquilo que se prega e aquilo que se faz sempre foi o grande fardo moral do ser humano.

O Brasil, por exemplo, optou pela mudança. A vontade popular em sua maioria sinalizou com um “basta” à corrupção institucionalizada pelo “lulopetismo” em quase uma década e meia de poder. Um câncer social em processo de metástase, que passou a destruir as principais células da sociedade, como a Política, a Família, a Educação, a Cultura e significativa parte do chamado grande empresariado da construção civil.

Alguns críticos, que estavam antes obviamente instalados no poder ou os que são seus adestrados seguidores, tentam alinhavar a falsa teoria de um retorno ao conservadorismo. Ora, existem valores que são mesmo perenes e quando transgredidos ou quando sofrem ameaças de serem destruídos, provocam a reação da sociedade como um todo. A família, a condenação da corrupção e prisão dos corruptos, a recusa em aceitar a ideologização das escolas e o abastardamento da arte em quaisquer das suas expressões, por exemplo, não podem, em hipótese alguma, serem considerados depreciativamente como  “conservadorismos”, pois valores como a moral e a dignidade humana devem mesmo ser perenes. Mas ainda bem que a maioria do eleitorado brasileiro recusou a destruição desses valores fundamentais da sociedade.

É claro que os “intelectuais” que se apelidam de orgânicos mas que na realidade formam uma casta de privilegiados no sistema, vão usar de todos os artifícios para voltarem ao poder mas agora vai ser muito difícil. Além da maioria esmagadora dos seus líderes estarem presos, cumprindo penas elevadas, outros, já sem o manto protetor das imunidades, estão prestes a enfrentar o Tribunal de Curitiba.

O emérito Juiz Sérgio Moro não estará mais naquele Tribunal, mas com o cargo de Super Ministro da Justiça, estando sob o seu comando a Polícia Federal, o COAF e outras áreas que agora farão parte do seu Ministério, não terá mais impedimentos para as investigações dos crimes de colarinho branco e a justiça, conforme deseja o povo, será mais ágil para a higienização do país.

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