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A história que se repete

“… de tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantar-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto.” (Senado Federal – RJ – Obras Completas – Rui Barbosa, v. 41,  t. 3, 1914, p. 86)

Esta semana, recebi um vídeo através do WhatsApp, mostrando um trecho do discurso feito pelo senador Magno Malta (PR-ES) – creio que muitos leitores também tomaram conhecimento –  feito na sessão plenária do Senado, no qual ele destacava a vergonha de ser um político e empresário nos dias de hoje, se comparado ao “sucesso” meteórico de dois dos filhos do ex-presidente Lula, que, em quatro anos de atuação como empresários, acumularam uma verdadeira fortuna.

O vídeo está lá nas redes sociais para quem quiser ver, curtir, ou distribuir. Neste vídeo de pouco mais de três minutos, o senador salienta também a política emporcalhada do país, citando que o povo, já cansado de ver as falcatruas praticadas pelos maus, vai jogando na vala comum todos eles.

É claro que existem algumas exceções. Mas quando se analisa o quadro como um todo, o que se vislumbra, à primeira vista, é o caos total. Se não, vejamos: a presidenta Dilma, por causa das famosas “pedaladas fiscais” e também pela acusação de utilizar-se do cargo para fazer campanha extemporânea e receber financiamentos com recursos provenientes de propinas pagas por diretores da Petrobras, anda com a corda no pescoço, sob a ameaça de um impeachment.

Caso isso ocorra, e se houver também o impedimento do vice-presidente, Michel Temer, quais seriam os seus sucessores? O primeiro da linha seria o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que está para ser cassado pelos seus pares, caso ele não tenha uma explicação bastante plausível para as suas contas irregulares, descobertas na Suíça. O segundo da linha sucessória seria o presidente do Congresso, Renan Calheiros, bastante conhecido no meio judicial e que já é réu em diversos processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal. Este é o quadro negro da política nacional que se vislumbra, sem contar que na Operação Lava-Jato já existe a acusação de envolvimento de outros 62 políticos cujos nomes ainda não puderam ser divulgados para não atrapalhar as investigações sigilosas da Polícia Federal e do Ministério Público, na “Lava-Jato”.

Portanto, faz sentido o pronunciamento do senador Magno Malta, que parece um político do bem, embora o povo esteja cansado de ver os corruptos agirem impunemente, e por certo, não vai quer por a mão no fogo por ninguém.

Quanto ao trecho do discurso de Rui Barbosa, que foi senador, jurisconsulto, diplomata, ministro, escritor, jornalista, filósofo e tradutor, além de, é claro, ter sido um grande orador brasileiro, sem mais delongas, independe de mais comentários, fala por si e retrata a realidade atual da política brasileira.

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