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A hora de ser brasileiro

O presidente Jair Bolsonaro foi eleito com mais de 56 milhões de votos dos brasileiros. Não se pode questionar a legitimidade da sua representatividade. A eleição para presidente, mais do que uma polarização entre a extrema esquerda e a extrema direita, foi uma grande encruzilhada. Ou o país optava por sustentar o establishment da roubalheira denunciada ou já provada, ou partia de forma radical para um sistema de virada de mesa, em busca de um novo horizonte, mesmo sabendo das dificuldades que um novo governo com esse perfil iria encontrar para quebrar um paradigma de vários anos.

A eleição foi um gargalo estreito, onde qualquer aproximação entre as parte envolvidas era um risco iminente de curto circuito. Eram os protagonistas e seus seguidores destilando veneno e espalhando o ódio.  De lado outro, todos os candidatos que se apresentaram como sendo de centro foram alijados da disputa pelo povo, já cansado da mesmice. Sem dúvida, Bolsonaro, apesar do discurso radical e meio maluco, mas, com propostas diferentes, representou e continua representando a esperança de mudança de um sistema falido que levou o país inapelavelmente para um poço sem fundo.

Viabilizar as reformas estruturantes faz parte de um complexo de ajustes que são fundamentais para começar a movimentar a economia do país. Ocorre que o governo Bolsonaro carece de uma base parlamentar de apoio no Congresso Nacional, já acostumado com as negociatas para apoiar projetos oriundos do Executivo. O que mais impressiona é que, se houve uma renovação no Congresso em torno de 40%, como já foi amplamente divulgado, o que fazem esses novos representantes do povo que prometeram nas últimas eleições agirem de forma diferente daqueles que estavam no poder? Será que as orientações partidárias são mais fortes do que a convicção de cada um? Ao que nos parece, ninguém tem convicção de nada a não ser a de continuar a empurrar a “locomotiva”, mesmo que descarrilada.

Enquanto continua a guerra fria entre o Congresso e o Executivo, a paralisia do país continua, recrudesce a recessão, aumenta o desemprego, ficam pelo caminho as principais demandas da população como saúde, educação e saneamento básico; a oposição bate palmas. Quanto mais perdido o governo no meio dessa turbulência, que não passa nunca, melhor. Parece que todos estão satisfeitos com essa indigestão. Dizem que a agenda do governo é monotemática, mas a reforma da Previdência, que deve ser melhor explicada para a população, é a primeira de outras que deverão ser discutidas, devido ao seu alto grau de déficit que há anos ajuda a empurrar o país para a fossa.

Não tenho procuração para defender governo algum. Mas FHC tentou fazer a reforma e não conseguiu, Lula só gastou e distribuiu benesses, Dilma manteve o ritmo do seu criador, Temer, também tentou e não conseguiu, devido a sua falta de credibilidade. Bolsonaro, ainda que a seu modo, fixou essa agenda como ponto de partida do seu governo para estancar a sangria. É hora de pensar no país. É hora de deixar de lado as intrigas, o ódio e o veneno e  procurar apoiar qualquer agenda que for positiva no sentido de alavancar a economia. É hora de cobrar dos representantes do povo uma saída honrosa para tirar o país do buraco. Afinal, as redes sociais estão aí e não devem ser utilizadas somente para mandar figurinhas e piadinhas. Use-as de forma positiva. É hora de ser brasileiro.

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