Search
Close this search box.

A independência do livre-arbítrio

Temos liberdade para semear, mas a colheita é compulsória

“Sem o livre-arbítrio o homem seria máquina”. – O Livro dos Espíritos – q. 843

A Doutrina Espírita mostra – clara e insofismavelmente – que somos os artífices de nosso destino;  portanto, o que acontece em nossas vidas (tanto de bom quanto de ruim) outra coisa não é senão colheita do nosso livre ato de semear… E não adianta ficar culpando os coitados dos Espíritos obsessores que inúmeras vezes estão completamente inocentes. E mesmo quando não estão inocentes, significa que lhes oferecemos “plugs” de acesso ao nosso psiquismo.

Segundo o Mestre Lionês , a questão do livre-arbítrio se pode resumir assim:  “(…) o homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir.    Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido. Cabe à educação combater essas más tendências. Fa-lo-á utilmente, quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem.  Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral, chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.

Desprendido da matéria, no estado de Erraticidade, o Espírito procede à escolha de suas futuras existências corporais, de acordo com o grau de perfeição a que haja chegado e é nisto, (como temos dito) que consiste, sobretudo o seu livre-arbítrio. Essa liberdade, a encarnação não anula. Se ele cede à influência da matéria, é que sucumbe nas provas que por si mesmo escolheu.  Para ter quem o ajude a vencê-las, concedido lhe é invocar a assistência de Deus e dos bons Espíritos.

Sem o livre arbítrio, o homem não teria nem culpa por praticar o mal, nem mérito em praticar o bem. E isto a tal ponto está reconhecido que, no mundo, a censura ou o elogio são feitos à intenção, isto é, à vontade. Ora, quem diz vontade diz: liberdade.

Nenhuma desculpa poderá, portanto, o homem buscar, para os seus delitos, na sua organização física, sem abdicar da razão da sua condição de ser humano, para se equiparar ao bruto. Se assim fora quanto ao mal, não poderia deixar de ser relativamente ao bem.  Mas quando o homem pratica o bem, tem grande cuidado em averbar o fato à sua conta, como mérito, e não cogita de por ele gratificar os seus órgãos, o que prova que, por instinto, não renuncia, malgrado à opinião de alguns sistemáticos, ao mais belo privilégio de sua espécie: a liberdade de pensar.”

Elucida ainda Kardec : “(…) quando um pensamento é mau, pode originar-se de duas fontes: a própria imperfeição de nossa Alma, ou uma funesta influência que sobre ela se exerça.   Neste último caso, há sempre indício de uma fraqueza que nos sujeita a receber essa influência; há, por conseguinte, indício de uma Alma imperfeita. Entanto, aquele que venha a falir, não poderá invocar por escusa a influência de um Espírito estranho, visto que esse Espírito não o teria arrastado ao mal, se o considerasse inacessível à sedução.

Quando um mau pensamento surge em nós, podemos, pois, imaginar um Espírito maléfico a nos atrair para o mal, a cuja atração podemos ceder ou resistir, como se tratara das solicitações de uma pessoa viva. Devemos, ao mesmo tempo, imaginar que, por seu lado, o nosso anjo guardião, ou Espírito protetor, combate em nós a má influência e espera com expectativa a decisão que tomemos. (Livre-arbítrio)

A nossa hesitação em praticar o mal é a voz do Espírito bom, a se fazer ouvir pela nossa consciência.

Reconhece-se que um pensamento é mau, quando se afasta da caridade, que constitui a base da verdadeira moral, quando tem por princípio o orgulho, a vaidade, ou o egoísmo; quando a sua realização pode causar qualquer prejuízo a outrem; quando, enfim, nos induz a fazer aos outros o que não quereríamos que nos fizessem”.

Nosso livre-arbítrio tem, ao largo dos milênios, nos levado a experiências de dor e sofrimentos.  Com o conhecimento da Doutrina Espírita podemos alterar nosso quadro evolutivo, optando pelas trilhas da redenção com Jesus.

Tenhamos em mente, portanto, que a decisão é nossa, inalienavelmente nossa: somos livres para decidir!…

O Espiritismo conscientiza-nos do cuidado que devemos ter com a semeadura que é livre, ao mesmo tempo em que nos mostra que a colheita é compulsória.  Ficam, assim, ratificadas as célebres palavras de Jesus : “a cada um será dado de acordo com as suas obras”.                      ■

Deixe um comentário

Outras Notícias