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A poluição sonora em Muriaé

O mundo tem ficado mesmo muito barulhento nos últimos tempos. O barulho do trânsito, das buzinas, de oficinas, serralharias e outras atividades passou a ser uma das principais preocupações de Administrações Municipais e da própria política de meio-ambiente, numa tentativa de tornar a vida das pessoas menos agredida por esses incômodos.

Nas cidades mais organizadas, as fábricas e oficinas cujas atividades produzem elevados ruídos ou resíduos que poluem o meio ambiente, passaram a ocupar os chamados Distritos Industriais e mesmo assim com filtros para reter resíduos poluentes.

Muriaé até que, há muitos anos, iniciou um bom caminho nesse sentido com a construção do seu Distrito Industrial que, mesmo a passo de tartaruga, vem cumprindo o seu objetivo. Várias empresas já se instalaram naquele local que ainda precisa de muitos ajustes estruturais para se aproximar da qualidade de um Distrito Industrial como o de Juiz de Fora, por exemplo. Mas o grande desafio, no entanto, era acabar com a poluição sonora dos carros de som que percorriam as nossas ruas e avenidas em serviços de propaganda. Era um verdadeiro inferno sonoro.

Foi há muitos anos, ainda na Administração Paulo Carvalho, que a nossa cidade deu um passo em direção à modernidade, quando foram proibidos esses carros de som veiculando propagandas pelas vias públicas. A população não aguentava mais os sons em elevadíssimos decibéis produzidos por dezenas de veículos anunciando, desde produtos comerciais, shows e espetáculos, até anúncios fúnebres. Era um verdadeiro tormento para os ouvidos dos cidadãos muriaeenses e a população exigia da Administração Pública uma providência a respeito.

A proibição foi considerada uma vitória da população, que usufruiu desse benefício por mais de vinte anos. As ruas, sob esse aspecto, ficaram tranquilas por duas décadas.

Mas nem sempre o que é bom permanece. Há sempre um grupinho interessado no oposto, pouco se preocupando se suas ações perturbam ou não o sossego público. Assim, em uma administração posterior, grupos interessados na volta da propaganda em carros de som exerceram a sua pressão e o então Prefeito revogou a lei anterior e a circulação de carros de som veiculando propagandas passou a não ser mais proibida na cidade e distritos. Bastou a revogação para o surgimento em massa de todo tipo de som pelas vias públicas. Primeiro, voltaram os carros com autofalantes, depois, vieram as motos com caixas de som e até bicicletas com baterias alimentando cornetas sonoras. Hoje, modernas picapes com potentes caixas de som veiculam todo tipo de anúncios pela cidade durante todo o dia. Isso quando não tem aqueles parques em época de Exposição e a gente tem que suportar aquele diabo de avião gritando pelo espaço: Vaaaaiiii   láááááááá……!

Os vereadores deveriam pensar nos danos à população que a Lei municipal causou e revogá-la. Se a sua revogação vai encontrar pressão por parte daqueles que exploram os serviços de som, contará, por outro lado, com o apoio da esmagadora maioria da população que não aguenta mais a poluição sonora. Número por número, aqueles que desejam o fim desse incômodo sonoro pelas ruas de nossa cidade representam uma quantidade muito maior de votos e, por isso mesmo, devem ter o respeito daqueles que legislam.

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