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Afinal, quem cortou a orelha de Van Gogh?

Van Gogh foi e ainda continua sendo, através das obras que deixou, uma das maiores expressões da pintura mundial. Foi classificado como um representante pós-impressionista na pintura.

Vincent Willen Van Gogh nasceu em Zundert, Holanda, em 30 de março de 1853 e cometeu suicídio (versão às vezes contestada) em Auvers-Sur-Oise, França, em 29 de julho de 1890. Sua obra foi bastante influenciada pelas pinturas de Claude Monet, Rembrandt e Cézanne, para citar os mais importantes.

Durante seus trinta e sete anos de vida, Van Gogh foi uma alma atormentada. Sofria de Transtorno Bipolar ou maníaco depressivo, ansiedade, depressão e tinha ataques frequentes de epilepsia. Além de todos esses problemas, Van Gogh era usuário dependente do absinto, uma bebida de elevado teor alcoólico, tóxica e de uso muito comum entre artistas, escritores e poetas naquela época. Sua base de apoio psicológico sempre foi o irmão Teo, que atenuava suas crises.

O conjunto de todos esses problemas que transformaram a vida de Van Gogh em um drama existencial, não foi empecilho para que ele se transformasse em uma das maiores expressões nas artes plásticas. Sabia traduzir, como ninguém, as “impressões” interiores que tinha do mundo que o cercava, através das cores de suas tintas e da magia de seu pincel.

Apesar de nunca ter vendido nenhuma de suas mais de duas mil obras, enquanto vivo, seus quadros atravessaram o tempo, imortalizaram o pintor e atingem hoje, nos grandes leilões de empresas famosas como a Sotheby’s, por exemplo, milhões de dólares quando são leiloadas. Em 2015, por exemplo, seu quadro “L’Allée des Alyscamps” foi vendido por 66 milhões de dólares e o “Portrait de Dr. Gachet”, pintado em 1890, ano da sua morte, por 82,5 milhões de dólares.

Mas eu nomeei esta crônica como “Afinal, quem cortou a Orelha de Van Gogh”.

Ninguém desconhece a história de Van Gogh, em uma de suas crises depressivas, ter cortado parte da sua orelha com uma navalha e ter levado o pedaço que cortou para dar de presente à Rachel, uma prostituta sua amiga. Depois, Van Gogh, que gostava de pintar auto-retratos, pintou-se com um curativo cobrindo a sua orelha cortada. Mas segundo os escritores e pesquisadores alemães Hans Kalfmann e Rita Wildegans, no polêmico e recente livro “A Orelha de Van Gogh: Paul Gauguin e o Pacto de Silêncio”, o que pouco gente sabe é que tem muito mistério ainda por trás dessa história.

Quando Van Gogh mudou-se da Holanda para a França, encantou-se com as manhãs claras daquele país, principalmente em seus dias de Verão. As cores das flores e da vegetação, acentuadas pela luz brilhante do dia, entorpeciam o pintor e ele traduzia aquele sentimento para os quadros que pintava.  Segundo os autores do livro, certa vez, quando Van Gogh estava em Arles, na Provence, vivendo na famosa “Casa Amarela” da Praça Lamartine, convidou o seu amigo, também consagrado pintor, Paul Gauguin, que viveu ali, trabalhando com Gogh de outubro a dezembro de 1888. Durante esse período, precisamente no dia 23 de dezembro,  os dois pintores tiveram uma séria discussão por causa de uma disputa sobre a prostituta Rachel. Foi quando Van Gogh empunhou uma navalha agressivamente e Gauguin, que era um exímio esgrimista, desembainhou a sua espada para se defender e, talvez acidentalmente, acabou decepando um pedaço da orelha de Van Gogh. Para que Gauguin não fosse para a cadeia e Van Gogh não fosse para o hospital, fizeram o tal “Pacto de Silêncio”.  Segundo Hans Kalfmann, Van Gogh deixa uma pista na carta que enviou ao irmão Teo, quando afirma: “Felizmente Gauguin não estava armado com metralhadoras ou outras armas de guerra perigosas…”. Resta aguardar novas especulações para decifrarmos mais esse enigma na conturbada vida do pintor holandês.

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