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Bolsonaro e Moro, a popularidade em cheque

O tiroteio cerrado que dois dos maiores personagens do atual governo vem enfrentando atualmente, oriundo da imprensa falada, escrita e televisada é, realmente, uma prova de fogo para a popularidade de ambos.  Refiro-me ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.

Não há relatos na história recente do país qualquer precedente de um governo tão polêmico como os sete meses protagonizados pelo presidente Jair Bolsonaro. Eleito presidente da República nas eleições do ano passado com mais de 57 milhões de votos, não há como contestar a sua legitimidade. No entanto, a sua forma de governar através de decretos, muitas vezes batendo de frente com a legalidade, o que o obriga a voltar atrás e os seus arroubos em declarações impensadas, mostram, no mínimo, um desvio de conduta no cargo que exerce. Esse procedimento não se coaduna com a postura de um chefe de Estado, o que torna suas ações e atos um prato cheio para as críticas da grande mídia.

A consequência imediata é a queda da sua popularidade, o que o torna cada vez mais vulnerável e mais dependente, perdendo, ao longo do tempo, o seu poder de fogo junto ao Congresso. E sempre que o presidente demonstra fragilidade, é o Congresso que assume o protagonismo. Omisso na articulação política, coube ao presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia, protagonizar a aprovação da reforma da Previdência.  Com esse cenário, se o presidente Bolsonaro não conseguir fechar uma aliança forte com outros partidos que lhe dê sustentação política, a tendência é termos mais um refém do presidencialismo à brasileira, ainda que ele continue as com suas opiniões sustentadas por falácias de idas e vindas.

Quanto ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, há um movimento que busca desmoralizá-lo junto à opinião pública. Há muito que se fala no “embarreiramento” das ações da Operação Lava-Jato. Contudo, Moro ainda colhe bons frutos do seu trabalho e da Polícia Federal, que escancarou a corrupção institucionalizada no país e tem o apoio irrestrito da sociedade.  Se as mensagens vazadas atribuídas a ele, após serem hackeadas de forma criminosa não se encontram dentro dos padrões éticos das autoridades afins, muito pior do que isso é ter de volta no poder os ladrões que hoje se encontram atrás das grades. Neste caso, penso que os fins justificam os meios.  Todos os corruptos que foram pegos assaltando os cofres públicos não roubaram somente a Petrobrás, por exemplo, ou os Fundos de Pensão. Mais do que nunca, assaltaram os sonhos de todos os brasileiros e a possibilidade de resgatar a dignidade daqueles cujas principais demandas são mais do que conhecidas.

Além do mais, todo esse imbróglio de desconformidade nos diálogos (eventuais) entre o então juiz Moro e os comandantes da Polícia Federal, se confirmada a veracidade dos fatos,  não inocenta condenados ou processados como Lula, Sergio Cabral, José Dirceu, Antônio Palocci, Eduardo Cunha, Delcídio do Amaral, Gedel Vieira Lima, empreiteiros, doleiros e toda essa corja que usurpou o dinheiro suado dos contribuintes e de todo o povo brasileiro.

No entanto, considerando o tiroteio da imprensa direcionado para o presidente falastrão e o estardalhaço em torno dos vazamentos de conversas hackeadas do ministro, não há dúvidas de que a popularidade de ambos anda ameaçada. A conferir os próximos capítulos.

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