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Editorial

O rompimento da barragem de Mariana é mais um exemplo de uma tragédia anunciada, que ao longo do tempo vem acontecendo em função da leniência de autoridades e, principalmente, do poder público.

Infelizmente, nos últimos anos, a população vem pagando caro pela irresponsabilidade de quem tem o dever de protegê-la.

Deslizamentos de encostas, como já aconteceram em Niterói e nas cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, que causaram o soterramento de centenas de pessoas, são resultados da falta de planejamento estrutural dos poderes constituídos, e, certamente, não se tratam apenas de meras fatalidades.

No caso específico das barragens feitas por mineradoras, que demonstram um conjunto imenso de riscos para a população e para o meio ambiente, é de fundamental importância a fiscalização de que tem o poder de fiscalizar, para que possam prevenir e impedir que aconteçam desastres como esse.

Muriaé, todos se lembram, também já foi vítima desse tipo de irresponsabilidade, quando a barragem de uma mineradora se rompeu inundando o rio que banha a cidade e as cidades vizinhas, com um prejuízo incalculável para toda a região.

O que mais revolta nesses casos é que as histórias estão sempre se repetindo. Seja no morro que desliza soterrando a população, seja nas cidades que alagam, engolindo pessoas, casas e veículos, sejam nas enchentes ou nas barragens que se rompem, há sempre a mão omissa dos poderes constituídos.

Enquanto o poder público e as autoridades não elaborarem planos de ação para acompanhar e fiscalizar obras desse porte, a população continuará a se equilibrar nos riscos da corda bamba, e entre enchentes, deslizamentos e rompimentos de barragens, as tragédias irão acontecendo e se acumulando, restando à sociedade apenas a indignação.

E às vítimas das tragédias, que nem sempre lhes sobra o direito de poder enterrar seus entes queridos, a estas, só lhes resta o choro da perda irreparável.

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