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Editorial

Todos sabem que qualquer democracia tem os seus alicerces de sustentação na representatividade política através do voto popular, em que o povo elege os seus candidatos para representá-lo, legislando ou governando em seu nome, conforme o caso. E para que isso ocorra, é necessário que existam os partidos políticos aos quais os candidatos se filiam, dando ao eleitor uma opção diferenciada na escolha, não só no candidato a ser escolhido, mas principalmente, levando em consideração o programa e as suas convicções ideológicas

Basta lembrar a força que tinham os partidos brasileiros antes da Revolução de 1964, como o antigo PSD, Partido Social Democrático, de Juscelino Kubitscheck, Tancredo Neves, Ulisses Guimarães e até o nosso conterrâneo, Pio Soares Canedo; a UDN, União Democrática Nacional, de Magalhães Pinto, Carlos Lacerda e José Bonifácio de Andrada; o PSP, Partido Social Progressista, de Ademar de Barros, em São Paulo; o PR, Partido Republicano, de Clovis Salgado; o PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, de Getúlio Vargas, e, posteriormente, de João Goulart e Leonel Brizola. Eram partidos políticos que tinham os seus pontos fortes nas suas ideologias, programas e plataformas, que os faziam diferenciar uns dos outros. Na verdade, a disciplina partidária era quase uma religião a ser seguida.

Hoje, muito embora tenhamos uma democracia consolidada, o que se vê é uma fragmentação e um emaranhado de siglas partidárias – no total são 35 registrados no TSE – sem ideologias e sem identidade cujos integrantes estão apenas à cata do Fundo Partidário e de coligações que os permitam a uma aproximação com o poder, levando-os à prática de um fisiologismo barato. Muitos deles se constituem apenas de legendas de aluguel, para que os maiores possam ganhar maior tempo de propaganda em rádios e na TVs.

Infelizmente, não se vê consistência ideológica e programática na maioria deles.  Nem os partidos e nem seus líderes têm interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder. Essa é uma das grandes deficiências, a razão pela qual o Congresso se notabiliza pela sua ineficiência e pela incapacidade de deliberar.

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