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Editorial

Desde os anos 60 que se fala em reforma agrária, tendo como conceito principal uma reorganização da estrutura fundiária, com o objetivo de promover uma melhor distribuição da terra para agricultores e colonos.

Naquela década, haviam muitos discursos de políticos como João Goulart e Leonel Brizola, dizendo que a reforma agrária era de grande importância para o país, e visava não somente distribuir terras, mas também garantir aos pequenos agricultores e aos novos assentados condições de desenvolvimento agrário, cuja produtividade garantiria a geração de renda e melhores condições de vida para as famílias que quisessem trabalhar a terra.

Embora esse tipo de discurso fosse, na época, o terror dos latifundiários, olhando por esse prisma, a reforma agrária tinha todas as características de um programa social eficaz, com capacidade de promover o desenvolvimento dos trabalhadores rurais e também das famílias eventualmente assentadas.

Nos anos 70 foi criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), uma autarquia federal, destinada a cuidar das questões agrárias.

O tempo passou, e o que se vê hoje? Os governos que se sucederam não cumpriram a sua parte, porque não basta assentar um trabalhador num pedaço de terra qualquer, se não der a ele as condições básicas de uma infraestrutura mínima, como máquinas, equipamentos, insumos, acesso às novas técnicas, além de escolas e programas de saúde para as suas famílias.

Como no Brasil tudo que se cria serve de base de apoio para a corrupção, surgiram as ONGs fantasmas e os movimentos sociais, como o Movimento dos Sem Terra (MST), que, embora sem personalidade jurídica e na ilegalidade, ainda recebe polpudos recursos do governo, os quais são utilizados para promover invasões e destruição de propriedades produtivas.

O resultado de tudo isso é o êxodo das famílias fazendo o caminho de volta para as cidades. As estimativas são de que, de cada dez jovens, oito estão abandonando ou pretendem abandonar os assentamentos, em busca de melhores oportunidades nas cidades.

Portanto, se os governantes não saírem do estado de leniência em que se encontram e não procurarem projetos específicos para fixar os jovens trabalhadores no campo, toda essa falácia política sobre reforma agrária que se ouve falar desde os anos 60 perde a razão de ser.

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