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Engana que eu detesto

Na última semana, escrevi aqui neste espaço sobre a fragmentação partidária existente no país e a desmoralização dos partidos como quadros de representação política. Não há dúvidas de que o atual modelo de representação já foi para o ralo, devido ao fluxo de propinas, uso de caixa dois e a enxurrada de delações de políticos e empresários que se encontram presos, após as ações da Policia Federal e do Ministério Público. Grande parte do eleitorado que reúne condições de opinar já não se identifica mais com quase nenhum dos atuais partidos.  Sobra, talvez, tão somente os radicais petistas, que, faça chuva ou faça sol, subindo ou descendo a ladeira, obedecem cegamente essa verdadeira “seita” comandada por Lula.

A doutrina política maquiavélica implementada por deputados e senadores da República não tem limites. Na medida em que os órgãos de investigação vão derrubando barreiras e dificultando a elegibilidade dos atuais políticos, eles vão se mexendo e usando de subterfúgios e trapaças para viabilizarem as suas eleições. Querem exemplos? Se não bastasse o fundo partidário triplicado pelo governo Dilma para financiar partidos e políticos, queriam os parlamentares, apesar da crise, criar um fundo para financiar as próximas eleições, que atingiria a assombrosa quantia de R$ 3,6 bilhões, recursos do Tesouro Nacional, ou seja, dinheiro tirado do bolso do contribuinte. Com a proibição do financiamento de campanha de empresas determinado pelo STF, eles estavam tentando criar esse “fundão” absurdo, a ser pago pelo povo brasileiro. Um nome até pomposo: Fundo de Financiamento da Democracia. Por enquanto, esse fundo não sairá, uma vez que as eleições já estão próximas e o receio de uma reação contrária do povo fez com que deixassem para a Comissão do Orçamento a tarefa de fixar o valor dessa artimanha. Querem outro exemplo? Como a maioria dos partidos, seja por causa de falta de ideologia própria e programas compatíveis, ou seja por causa das trapaças engendradas nos últimos anos, e descobertas, os seus dirigentes estão apostando agora na mudança dos nomes das agremiações partidárias. Assim, as famosas “sopas” de letrinhas estão saindo de cena e começam a usar nomes que visam, não a formação de um partido, mas a sugestão de um movimento. Por exemplo: o PTN, virou “Podemos”; o PSDC, está se intitulando “Democracia Cristã”; o PMDB, um dos mais históricos, até pelas suas trapaças, quer voltar a ser apenas MDB; o PEN, quer passar a ser “Patriota”; o DEM, está estudando a possibilidade de se chamar “MUDE”; O PSL, se metamorfoseou como “Livres”; e o PT do B, já virou “Avante”. Aí está, amigos, mais uma jogada de marketing para enganar o eleitor. Mudam-se os excrementos sólidos, mas as moscas continuam as mesmas.

E a reforma política que estão fazendo a toque de caixa? Será que vão continuar as coligações espúrias, os conchavos e as más influências na hora da eleição? O senador sem voto, vai continuar? Algumas propostas de alteração estão sendo aprovadas na Comissão especial de reforma. Mas será que passarão pela aprovação no Plenário da Câmara de Deputados e do Senado? É ver para crer.

Pelo menos uma coisa é certa: não podemos deixar que nos enganem com qualquer tipo de maquiagem, principalmente se for através de uma reforma política que não atenda à democracia. Há um dito popular irônico que diz: “Me engana que eu gosto”. Indigne-se. Seja um elemento ativo e ajude a lapidar a nossa democracia.  “Mude o sentido do ditado popular que, ao invés de ser irônico passa a ser real. Diga para eles: engana que eu detesto. A eleição de 2018 já está sendo preparada e cabe a nós, eleitores, dizer através das urnas o que queremos.

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