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Escrutínio das Eleições 2018, em Muriaé

Por Marcelo Crespo

A insatisfação da população com a atual conjuntura socioeconômica e política do país, restou demonstrada no resultado das eleições de 2018. A descrença do eleitor nas instituições democráticas, corrompidas, despertou anseios de mudanças políticas, indubitavelmente refletidos na votação dos candidatos de Muriaé.

Mesmo que as bases políticas tenham sido suficientes para garantir mais um mandato a cada um dos três candidatos muriaeenses, a votação desses tradicionais políticos despencou. Houve candidato reeleito que teve 72,5% menos votos, em Muriaé, que na eleição de 2014. A inexpressividade dos velhos políticos, nas urnas, em sua própria casa, sinaliza uma enorme vontade popular de transformação, em paralelo ao surgimento de novos nomes na política muriaeense, que têm seu mérito.

Um deles é Paulo Sérgio Amaral, advogado e professor, candidato a deputado federal, estreante na política. Esse muriaeense promete se firmar no cenário político, pois teve 38.321 votos e se fortalece muito, após o pleito. Não foi eleito, mas o resultado teve sabor de vitória, com votação mais expressiva que outros candidatos eleitos, beneficiados pelos quocientes eleitoral e partidário. Há que se ressaltar que Paulo Sérgio Amaral, vindo de um anonimato político, de última hora, foi o segundo candidato a deputado federal mais votado em Muriaé, totalizando mais votos que Patrus Ananias, Stefano Aguiar, Dr. Mário Heringer e André Janones juntos, todos eleitos.

Encerradas as eleições e já cogitando das próximas, importante rememorar o escritor Eça de Queiroz que, há mais de um século, dizia que os políticos e as fraldas devem ser trocados com frequência! Mas será que o povo, pelo instrumento do voto, será capaz de renovar o cenário político nos pleitos vindouros?

O cidadão precisa tomar consciência de que o político é um empregado do povo. E muito bem pago, com dinheiro público. O povo precisa aprender a votar, para eleger políticos que trabalhem efetivamente para o bem da coletividade, ao invés dos maus políticos, que usam a infraestrutura do cargo e o tempo que deveria ser utilizado para o exercício de suas funções públicas, em benefício próprio, costurando acordos escusos, consolidando bases políticas, unicamente com o objetivo de se perpetuarem no poder, num rentável ciclo vicioso. Um retrato tragicômico do Brasil contemporâneo, reflexo desses maus políticos e seus eleitores, manipuláveis como marionetes.

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