Search
Close this search box.

Lírio no chavascal

O Natal é mensagem perene que desceu do Céu para a Terra

“O Natal evoca o Rei Divino descendo à  Terra para amar, como uma lição viva  e  inconfundível   de  como  se  devem conduzir os amados  que  conseguem   amá-lO.” – Joanna de Ângelis

O advento do Cristo sulcou  profunda e significativamente a Terra, marcando de forma indelével uma  Nova Era  para  a  Humanidade que, daí para  frente,  balizaria  sua trajetória, nos parâmetros por Ele oferecidos.

O interesse do homem deveria gravitar rumo às transcendentes Esferas Espirituais.   O homem  material  cederia lugar ao homem espiritual, renovado pela água-viva da Vida  Maior que Ele vinha descortinar.

Assim, entendemos perfeitamente a conclamação de  Fénelon :  “Esforçai-vos  por sair, pelo pensamento,  da vossa acanhada esfera e, à medida que vos elevardes diminuirá  a importância  da vida material que, nesse caso, se vos apresentará como simples incidente, no curso do Infinito da vossa  existência espiritual, única existência verdadeira”.

Portanto, as vicissitudes  com  as   quais estamos  temporariamente  a  braços,  não  devem  nos  levar   ao desânimo, às queixas estéreis, às lamentações deprimentes, de vez que elas constituem o cortejo normal das condições planetárias no patamar evolutivo em que nos encontramos.

Libertando-nos da escravidão da  matéria, teremos  diminuídas largamente as influências negativas que  nos vinculam  ao  insalubre enxurdeiro das injunções  a  que  estamos submetidos.

De olhos postos n`Aquele que “(…) tudo cedeu e todas as honras desdenhou para  exaltar  o  Amor  e elevá-lo à  condição  de  astro-rei  no arquipélago das conquistas humanas”  haveremos  também de  elevar-nos  às   sublimes regiões  espirituais,  emancipando-nos dos  entraves materiais  que  nos  agrilhoam  às  encarnações  dolorosas   quão difíceis de vencidas.

Sigamos o raciocínio lúcido e sempre oportuno de Joanna de Ângelis, que pinçamos, para nossas ilações, do livro “Lampadário  Espírita”, capítulo 33, psicografado por Divaldo Franco: “(…) Se ainda consegues sentir a glória  do Natal de Jesus vibrar nas íntimas fibras do teu ser, porque a tua coleta  há  sido de desencantos e  tristezas,  perversidade  e incompreensões,  ou  porque  as amarras  do  cepticismo  cedo  te enovelaram   aos   pélagos   da   indiferença   pelas  questões transcendentais  do Espírito, evoca a história daquele Homem  que medrou  como  lírio  imaculado  no chavascal  odiento  e  não  se conspurcou,  que  viveu sitiado pelo sofrimento de  todos  e  não desanimou,  que  sofreu zombaria e apodo de toda natureza  e  não descreu, que Se viu a sós quando mais era convocado ao testemunho ímpar e não Se fez amargo nem decepcionado.

Recorda-O, simples e majestoso, face crestada pelo Sol, cabelos ao vento, pés sangrentos,  esguio  e  nobre, misturado  à  plebe, enxugando suor e lavando  feridas,  limpando raízes  morais,  acolitado por mulheres mutiladas nos  ideais  da maternidade  e reduzidas à condição mais dolorosa, e  por  homens vencidos por impostos exorbitantes ou dominados por misérias  sem nome…

Elegeu esses, os sem-ninguém, à condição de amigos,  sem Se voltar contra aquel`outros,  também  infelizes, momentaneamente guindados ao poder ou enganados pela ilusão.    A  cruz  em  que O  cravejariam  mais  tarde, simbolizou-a  sempre  de braços abertos,  aconchegando  ao  peito afável quantos desejassem paz e, descrentes, necessitassem de luz e vida.

Evoca-O, e deixa que cheguem ao teu  espírito e o penetrem, neste Natal, as vibrações d`Ele, o Amigo por  quase todos esquecido, que jamais esqueceu ninguém.

Aquieta o turbilhão que te atordoa e, enquanto se espraiam no ar as sutis vibrações do Natal de  Jesus, escuta  a  voz dos anjos e alça-te dos sítios  sombrios  onde  te demoras  para  as culminâncias do Amor clarificador de  rotas  em homenagem  ao  Governador  da Terra, quando  da  Sua  visita,  no passado, para que agora, novamente Ele te possa visitar, sendo  o conviva  invisível e presente na formosa festa de paz em  que  se converterão  tuas horas de agora em diante. O Natal é mensagem perene  que  desceu do Céu para a Terra e que agora,  em  ti, se levanta da Terra na direção do Céu”.

Deixe um comentário

Outras Notícias