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MOACYR FENELON

Nascido em 05 de novembro de 1903
Falecido em 14 de agosto de 1953

Moaçyr FenelonNascido em 05 de novembro de 1903 no então distrito de Patrocínio do Muriaé (na época, pertencente ao município de Muriaé), Moacyr Fenelon, filho do Doutor Álvaro Fenelon de Miranda Henrique e de Dona Ida Mavet – ele, engenheiro e professor-fundador do Instituto Philomático Mineiro, que funcionava onde está hoje o Colégio Santa Marcelina. Seus pais certamente não imaginavam a importância do pioneirismo e do legado que, mais tarde, ele deixaria ao cinema brasileiro. Moacyr Fenelon ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro onde se formou em Contabilidade, mas, como sua vontade não era propriamente ficar ordenando números e aferindo despesa e receita, acabou viajando aos Estados Unidos onde recebeu o diploma de Técnico em Som, pelo Radio Institute of USA. Começava, assim, com conhecimentos técnicos, uma brilhante carreira de cineasta.

Ao regressar ao Brasil, Fenelon deu um importante passo na história do cinema nacional: com o sonho de transformar em indústria o cinema brasileiro, criou sucessivamente quatro produtoras de cinema: “Atlântida Cinematográfica”, “Cine Produções Fenelon”, “Flama Filmes” e “Sono Filmes”. Com os conhecimentos que adquiriu, passou a adaptar as antigas câmeras do cinema mudo para filmar com o som sincronizado. Ao criar a Atlântida, desejava fazer um cinema de conteúdo, de “pés no chão”, como ele mesmo dizia. Na época, todo o cinema brasileiro era puramente de entretenimento.

Dirigiu quinze filmes: O Simpático Jeremías (1940), É Proibido Sonhar (1943), Gente Honesta (1944), Vidas Solitárias (1945), Fantasma Por Acaso (1946), Sob a Luz do Meu Bairro (1946), Asas Do Brasil (1947), Esta É Fina (1948), Poeira de Estrelas (1948), Obrigado, Doutor (1948), O Homem Que Passa (1949), Dominó Negro (1949), Todos Por Um (1950), Milagre De Amor (1951), Tudo Azul (1952). Contribuiu também, de muitas maneiras, e nos mais diversos setores, para um número considerável de filmes de outros diretores como produtor, roteirista, ator, técnico de som, editor, iluminador, produtor de arte, cinegrafista e assistente de direção. Seus filmes revelam uma preocupação social e um realismo raros na época. “Tudo Azul” é considerado seu melhor filme e foi recentemente restaurado.

Passaram-se alguns anos até que soube que teria de enfrentar uma cirurgia no coração. Sabia que tinha uma probabilidade em cem de se recuperar. Mas, jogando nessa probabilidade única, levou para o hospital vários projetos de filmes, que esperava estudar durante a convalescença. Perdendo a jogada, Fenelon encerrou, pouco antes de completar cinquenta anos, sua luta apaixonada de quase um quarto de século pelo cinema brasileiro.

Ao morrer, no Rio de Janeiro, a 14 de agosto de 1953, era Presidente do Sindicato Nacional da Indústria Cinematográfica, o órgão dos produtores. Mas, muito antes fora o primeiro a falar e agir em benefício da sindicalização dos trabalhadores do cinema brasileiro. Morreu coincidentemente no ano que o então distrito de Patrocínio do Muriaé passou à categoria de cidade.

Moacyr Fenelon, criador da indústria do cinema brasileiro, criador da Atlântida Cinematográfica, descobridor de talentos, como Grande Otelo, é um dos principais nomes da história do cinema nacional.

Seu nome foi dado a uma rua na Barra da Tijuca no Rio de Janeiro e à Escola Municipal de Artes Visuais em Muriaé.

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