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Mobilidade urbana, um desafio para todos

Um dos mais sérios problemas que atinge a maioria das cidades brasileiras nos dias atuais é, sem dúvida, a mobilidade urbana. O problema é crônico nas grandes metrópoles, mas vem se interiorizando e, por isso, vem merecendo a atenção permanente das autoridades da área.

A maioria das cidades não tem espaço físico nem a infraestrutura necessária para receber o volume sempre crescente de veículos em circulação. São as motocicletas, os ônibus, veículos de passeio, vans, caminhões de carga, ciclistas e também pedestres, todos misturados, se engalfinhando ao mesmo tempo dentro do mesmo espaço.

Se tudo isso não bastasse, somam-se os flagrantes desrespeitos à legislação, como a velocidade excessiva, as ultrapassagens indevidas, a desobediência à sinalização, além da existência de motoristas agressivos ou alcoolizados, fazendo com quem, ao final, o conjunto da obra seja sempre um resultado trágico.

Nossa Muriaé não está fora desse contexto. O volume de veículos em circulação na cidade cresceu muito nos últimos anos. Já não há vagas disponíveis nos estacionamentos. Há uma verdadeira invasão de motociclistas, especialmente os afoitos motoboys, que utilizam de forma agressiva os corredores deixados pelos carros. Há ainda os ciclistas trafegando na contramão de direção, além dos habituais maus motoristas, fazendo com que esse conjunto de fatores seja determinante para a incidência constante de acidentes com vítimas.

Já escrevi várias crônicas sobre o tema, na busca de providências mínimas das autoridades, as quais acabaram caindo no vazio e sem nenhum efeito prático. No finalzinho da última administração foram espalhados semáforos por toda a cidade, numa tentativa de minimizar o problema, principalmente na área central, que é onde se instalou o caos nos últimos anos. Porém, pelo que se vê na prática, a questão não se resolve apenas com a instalação de semáforos a cada esquina. É necessário que haja uma sintonia sistêmica entre elas, sob pena de se dar um nó cego no trânsito durante os horários de pico.

Outra questão que entendo ser primordial seria o poder público investir um pouco mais na educação da população, através de panfletos, sinalizações de qualidade e até, se for possível, incrementar algum tipo de orientação pedagógica ao povo sobre a legislação de trânsito. Isso seria um bom início de educação para a população, especialmente àqueles que usam as vias como pedestres.

Há alguns dias conversando informalmente com o capitão Pimentel, diretor do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (Demuttran), elogiei uma inversão de mão de direção nas ruas Dr. Olavo Tostes e Dr. Alves Pequeno, o que resultou, a princípio, numa melhora considerável do fluxo de veículos na área central da cidade. As experiências que estão sendo feitas em outras vias também poderão apresentar resultados positivos. É claro que toda mudança exige um tempo para a maturação das ideias. Daí a importância da participação da sociedade.

Ouvir a população, os meios de comunicação, as críticas responsáveis são formas de se chegar a um consenso e minimizar um problema que não é de responsabilidade somente do poder público. Até onde eu entendo, a sociedade também tem que participar desse desafio que se chama mobilidade urbana.

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