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O corvo

Da família “Corvidae”, o corvo é uma ave de plumas negras, andar curvado e visão aguçada. Vive em bandos e possui uma hierarquia bem definida. Nos acasalamentos são geralmente monogâmicos, mas algumas espécies se aventuram fora do acasalamento. Alimentam-se de sementes, frutos e pequenos animais e, algumas vezes, costumam ser necrófagos.

A origem do corvo é antiquíssima. Surgido na Ásia, disseminou-se rapidamente por todos os continentes de clima temperado.

Essa ave de plumagem negra e aspecto impressionante sempre povoou a imaginação de prosadores e poetas, em obras que marcaram a literatura universal. Edgard Allan Poe, por exemplo, confere-lhe um papel de significativa importância em seu poema “O Corvo”, atribuindo-lhe a função de consciência naquela formidável obra.

Na mitologia grega, o corvo já ocupava papel de destaque, pois era referido como o guardião da amante de Apolo, tendo a função de vigiar-lhe os passos na ausência do Deus-amante. Era então uma ave de plumas brancas como a neve. Segundo a lenda, o corvo se descuidou de suas funções e Apolo foi traído por sua amante. Como castigo, o poderoso Deus da luz solar e do conhecimento tornou o corvo negro como a noite.

O que nos chama a atenção são certas peculiaridades que tem essa ave, como por exemplo, um sistema cognitivo bastante diferenciado que tem estreita relação com a inteligência. Alguns corvos, por exemplo, alimentam-se de algumas sementes que, por sua dureza, tornam-se difíceis de serem quebradas por seu bico. Então, essa habilidosa ave atira essas sementes nas ruas ou rodovias para que o trânsito dos veículos quebrem essas sementes e possibilitem aos corvos se alimentarem do seu conteúdo.

Acostumados à proximidade dos humanos, o corvo frequenta as praças das cidades europeias, ora andando pelo chão à cata de alimento, ora empoleirado entre a folhagem densa dos plátanos, observando, com o seu olhar atento e enigmático, as pessoas que passam.

Aos corvos são atribuídas diversas influências nos destinos dos homens. Na “Torre de Londres”, histórica e quase milenar construção da capital britânica, e que é um misto de palácio, prisão e museu, existem oito corvos, seis oficiais e dois de reserva. Desde o ano de 1600, os corvos são mantidos ali pela monarquia. E têm nomes próprios: Munin, Merlin, Hugin, Jubilee, Portia, Erin, Rocky e Grip. Alguns com mais de 15 anos de idade. Quando algum morre, a Coroa Britânica coloca outro no lugar, pois diz uma antiga lenda que a monarquia britânica duraria até a existência do último corvo naquela histórica torre. Naquele velho edifício ficam guardadas, além de armaduras e objetos históricos, as joias da coroa inglesa. A nobreza britânica afirma que é apenas uma lenda a obrigação de manter os corvos na Torre de Londres, mas por via das dúvidas, eles são mantidos. Como dizia Cervantes no: “Yo no creo en brujas… pero que las hay…las hay…”.

Mas não seria necessária essa preocupação dos ingleses, pois há quem diga que com os novos tempos, os reinados vão cedendo lugar às repúblicas, mas no final, só restarão mesmo cinco reis no mundo: o rei da Inglaterra… e os quatro reis do baralho…!

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