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O histórico problema de Jerusalém

Sem dúvida alguma a história de Jerusalém se confunde com a história do povo hebreu. De acordo com os escritos bíblicos, David teria conquistado a cidade cerca de 1000 anos antes de Cristo, expulsando dali os Jebuseus, transformando-a na capital do Reino de Israel. Teria sido ali que Salomão, filho de David, construíra o primeiro templo. Isso, sem dúvida, transformou-se em uma simbologia para o povo judeu. Acredita-se que o nome Jerusalém, ou “Yerushaláyim”, resultado da composição: “Yir’a” (temor a deus ou ao sagrado) + “Shalem” (perfeição), deve ter sido associado à cidade no período pós-exílio para a Babilônia.

É impossível negar a pertinência da cidade de Jerusalém com o povo Judeu, mesmo levando-se em conta a quantidade de povos que a conquistaram e a perderam durante a sua longa história. Jerusalém foi destruída, seguramente, 2 vezes; foi sitiada e atacada cerca de 60 vezes, tendo sido conquistada e reconquistada quase 50 vezes. A parte mais antiga da cidade remonta há milênios antes de Cristo.

Vários povos habitam hoje a chamada “Cidade Santa”, principalmente depois da implantação do Estado de Israel em 1947, quando para lá afluíram judeus de vários países diferentes, mas a parte antiga da cidade é dividida em bairros habitados principalmente por Armênios, Cristãos, Muçulmanos e Judeus. A cidade ocupa uma pequena área de 0,9 km² e possui uma população de cerca de 750.000 hab.

Se examinarmos a história dessa cidade, será fácil perceber que, apesar das várias invasões de povos árabes, das dezenas de Mesquitas ali construídas, a sua ligação maior foi sempre com o povo judeu, por isso a decisão do governo israelense, através do “Knesset”, seu Parlamento, de transferir para aquela cidade que é o símbolo do povo judeu, a Capital do Estado israelense. É claro que isso desagradou a muita gente, principalmente sob o aspecto político estratégico que explora as convicções religiosas envolvidas. Jerusalém foi sempre disputada entre as nações, mas talvez nunca como nos tempos das “Cruzadas”, em que países europeus se digladiavam com povos árabes pelo domínio da região.

Agora, o governo de Israel decidiu instituir o hebraico como idioma oficial do país e o idioma árabe como a língua de segundo plano na comunicação oficial. É claro que isso criou mesmo uma polêmica. Mas um país é formado, principalmente, por um povo, um território e uma língua nacional e ainda que Jerusalém tenha uma multiplicidade de etnias que a habitam ela integra, mais que o Estado de Israel, o espírito judaico.

Em Londres, em termos de comunicação, por exemplo, podemos observar milhares de línguas, dialetos ou falares por suas movimentadas ruas. Em um vagão de metrô, são dezenas de línguas diferentes, numa verdadeira Torre de Babel, mas nem por isso o idioma oficial da Inglaterra deixa de ser a língua inglesa.

Pela significação histórica e pertinência com o povo judeu, nada mais justo do que a Capital do Estado de Israel ser transferida de Tel-Aviv para Jerusalém e a língua oficial ser mesmo a língua hebraica.

O problema é que uma decisão da ONU em 1947 classificou Jerusalém como “Território Internacional”, mas com a famosa “Guerra dos Seis Dias”, em 1967, Israel, que já havia anexado a parte ocidental da cidade, anexou também a parte oriental que havia sido anteriormente ocupada pela Jordânia. É claro que será sempre muito difícil uma paz definitiva entre povos e interesses tão conflitantes, como naquela região, principalmente quando grupos radicais usam do terrorismo como arma de persuasão.

 

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