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O necessário ao discípulo do Cristo

Ao cristão decidido e perseverante basta a vontade de operar – incessantemente – no Bem

“(…) Ele provou não ser necessária a evidência social ou econômica para o serviço de utilidade a Deus…” – Emmanuel

Um “Espírito Amigo”  ensinou: “(…) as legítimas fortunas são as que têm força indestrutível.   Muitas vezes, valem menos, porque são desconsideradas pelo egoísmo, geratriz dos males que infestam os Espíritos multimilenarmente. Raros as disputam: são os valores morais”.

Consoante formosa assertiva dos Espíritos Superiores  “(…) o homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a Seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens” e Jesus  foi muito claro ao conclamar-nos à conquista dos Tesouros Imperecíveis dos Céus, quase sempre negligenciados quando fazemos a opção pelos ouropéis horizontais dos desejos puramente materiais. Não é necessário alçarmo-nos aos escorregadios e perigosos patamares argentários para a prestação de nossos recursos na Seara do Pai Celestial. Ao cristão decidido e perseverante basta a vontade de operar – incessantemente – no Bem.

Aduz Emmanuel na obra mencionada em epígrafe: “(…) um dos fatos mais surpreendentes do Cristianismo é a posição escolhida por Jesus, a fim de anunciar as Verdades eternas: Ele não aparece em decretos sensacionais, em troféus revolucionários ou em situações de domínio… Chega em paz à manjedoura simples, exemplifica o trabalho, conversa com alguns homens obscuros de uma aldeota singela e, só com isso prepara a transformação da humanidade inteira.

As criaturas vulgares só entendem os que se impõem aos demais, ainda que, para isso, sejam compelidas a ouvir sentenças tirânicas, proferidas em tribunas sanguinolentas; apenas compreendem espetáculos que impressionam a visão e gestos teatrais dos que dominam por um dia para sofrerem amanhã o mesmo processo transformador imposto ao mundo transitório.

Jesus, todavia, falou à Alma imortal e, por esse motivo as Suas revelações “nunca passarão”. Além disso, provou não ser necessária a evidência social ou econômica para o serviço de utilidade a Deus, demonstrando, ainda, não ser para isso indispensável a cidade com as suas arregimentações e muito menos faustosos recursos. Bastarão os princípios edificantes e simples, uma aldeota sem nome e alguns poucos amigos. O portador da boa vontade sabe que foi esse o material que Jesus utilizou para iniciar a remodelação da vida terrestre”.

Joanna de Ângelis na obra e capítulos acima citados, como que de intento, complementa assim o discurso de Emmanuel: “(…) o Evangelho de Jesus, inapreciável fortuna de paz e amor ao alcance de todos, possui a solução para o magno problema da riqueza e da pobreza, em se referindo às leis do amor e da caridade que um dia unirão os homens como verdadeiros irmãos; e o Espiritismo, confirmando as lições do Senhor, leciona, soberano, graças à informação dos Imortais, que o mau uso da riqueza impõe recomeço difícil na miséria, àquele que a tenha malbaratado.

Multiplica, então, os bens verdadeiros de que disponhas nas leiras do amor e reparte os valores transitórios de que te faças detentor na seara da Caridade para que tranquilos sejam os teus dias no Orbe e feliz o seu renascimento futuro, quando de volta à Terra.

(…) Assim examinando, não penses em moedas e notas fiduciárias, em cheques e depósitos, cédulas e promissórias para as necessidades aquisitivas imediatas. Mas penetra-te da certeza dos bens maiores com que a vida te aquinhoa e coloca em multiplicação os recursos de que te encontras possuído, espalhando alegria e entusiasmo por onde sigam os teus pés.

Compadece-te sempre, socorre; exorta com amor, ajuda; perdoa generosamente, ama; harmoniza as expressões do verbo servir e usa as mãos na lavoura da semeação da esperança; movimenta o corpo na direção do dever e faze que se renovem sempre os valores poderosos de que és possuidor… És detentor de fortunas que jazem enferrujando ao abandono, ante os ladrões da indolência que as roubam e as traças da negligência que as consomem.

Jesus visitou a casa de Zaqueu, concedeu entrevista a Nicodemos, aceitou o sepulcro novo doado por José de Arimateia, como abençoando os tesouros amoedados e os seus mordomos temporários; no entanto, foi severo com Judas, quando este se referiu ao valor do bálsamo com que a “pecadora” lhe banhava os pés e cujo produto, se vendido, poderia auxiliar aos pobres, retrucando : “os pobres, vós os tereis sempre, a mim, nem sempre”.

Preciosa lição, na qual toda fortuna aplicada na construção do amor é alavanca do progresso proporcionada por Nosso Pai para a grandeza do mundo e, ao mesmo tempo, ensinando que as fortunas pessoais, que todos detemos mediante a reencarnação, representam a nossa oportunidade para crescer em plena glória solar na direção do Divino Rei, que nasceu numa estrebaria para alar-Se às estrelas desde os braços de uma cruz”.

Lembremo-nos de que, consoante assertiva do nosso Mestre Maior , “onde está o nosso tesouro, aí estará, também, o nosso coração”.

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