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O paciente

Deitado, não em um “berço esplêndido”, mas colocado num leito do tamanho do seu território corporal, o “paciente”, já infectado pelo vírus que atende pelo nome de corrupção, está ardendo em febre e anda esperando, ansiosamente, pelo diagnóstico da “doutora” que, há quase cinco anos, vem cuidando (cuidando?) de sua saúde precária.

Para sua decepção, a “doutora”, depois de confessar a omissão de socorro e os erros crassos causadores da septicemia que o vem definhando no leito, além de não fazer nenhum prognóstico a respeito da sua cura, veio a público através das redes sociais, no dia em que se comemora o seu aniversário – 7 de setembro -, para prescrever no receituário vários “remédios amargos”.

O problema que mais aflige o paciente e a todos que torcem pela sua imediata recuperação é que o “remédio” prescrito, além de ser amargo, é difícil de ser ingerido, e, se não bastasse isso, pode não ser a solução para curar a doença, que já se anuncia grave.

Talvez o caminho mais viável para conter essa “infecção generalizada” seria a “doutora” cortar na própria carne e fazer um enxerto. Entretanto, além das feridas estarem espalhadas por todo o corpo, há o risco iminente da indesejada “rejeição”. Quem sabe, uma transfusão de sangue não resolveria o problema? Pode ser. Mas os exames preliminares mostram que além do estoque do “banco de sangue” estar totalmente contaminado, a maior parte dos doadores é absolutamente incompatível. Trata-se de sangue de um tipo diferente, retirado à força da jugular de uma classe de pessoas chamada de c e d, e que, não por acaso, se encontra com uma anemia profunda.

Além disso, cortar na própria carne, a equipe médica da “doutora” também não deixa, uma vez que há o risco de abrir uma ferida de difícil cicatrização, e, por mais contraditório que seja, o vírus espalhado há mais de 12 anos precisa continuar resistente a qualquer tipo de antibiótico, pois, só assim, a equipe conseguirá se manter firme e coesa, podendo, desta forma, atribuir o insucesso da cura à utilização de um medicamento falsificado por um “laboratório”, que é gerido por um cartel de delatores e que pretende prejudicar a todos eles.

Como corolário de todo esse imblóglio, a equipe médica da “doutora” anda atordoada, batendo cabeça contra cabeça, absolutamente apavorada com um grupo de limpeza recém-chegado, chamado de Lava-Jato, que vem descobrindo maracutaias do passado e do presente e jogando para o alto toda a sujeira que foi empurrada intencionalmente para debaixo dos tapetes.

Mas há uma luz no fim do túnel e que soa como uma tênue esperança. O paciente, além de jovem e forte, é resistente. Além disso, há sempre o recurso de uma cirurgia que poderá ser feita, não pela equipe da “doutora”, mas por uma equipe muito maior, trabalhadora e honesta chamada povo.

Para tanto, basta que essa equipe use o seu bisturi para tirar de cena os bonecos infláveis chamados de “pixulecos”, notadamente aquele que usa roupas listradas nas manifestações com um número sugestivo: 13171. Faz sentido, não?

 

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