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2018: quais as expectativas?

Francisco Laviola – 26/12/2017

A transição de um ano para outro, ainda que nem tudo no ano chamado de velho tenha transcorrido dentro daquilo que se esperava, sempre trás uma nova  esperança para aqueles que crêem na possibilidade de uma vida melhor para si, e, principalmente, se tem amor no coração, também para o seu semelhante.

Eu, particularmente, gosto dos anos de números pares. Não que eu tenha alguma superstição. Isto não. Mas, tudo que é par dá uma leve impressão de coletividade, de estar juntos. O ímpar me soa como uma ideia única, solitária, embora o impar possa decidir. O voto de qualidade, por exemplo, pode decidir para o bem ou para o mal. Se for para o bem, tem lá as suas utilidades. Se for para o mal, faz estragos. Posso até estar errado, mas é assim que eu penso.

Na verdade, sabe o que tudo isso significa? Absolutamente nada. Estou aqui apenas “enrolando” você, meu caro leitor, no bom sentido, claro, para escrever a última crônica deste ano de 2017, e aproveito a oportunidade para fazer um “mea culpa”, já emendando um pedido de desculpas pelas asneiras que desandei a publicar neste espaço durante todo o ano. Opinar sobre qualquer assunto tem as suas consequências, e escrever sobre a tal da política então, nem se fala. É uma forma de dar a “cara a tapa”, mas não me arrependo de nada. Como dizia o grande Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra. Discordar com responsabilidade é preciso, uma vez que todo debate que busca a convergência para o bem comum é salutar. É isso que faz crescer a democracia.

Escrevi na semana passada, que se levarmos em conta o imbróglio que envolveu os Poderes da República, resta pouco para comemorar. A saúde continua precária; grande parte dos brasileiros não tem água tratada nem saneamento básico. As drogas continuam a sua escalada, sem que o governo apresente soluções viáveis de combate e de tratamento adequado na mesma proporção da demanda da necessidade e da sua evolução. As reformas estruturantes que o país precisava para avançar, se tornaram meros esqueletos sem veias, sem sangue ou musculatura, sem contar que a da Previdência, que ficou para o ano vindouro, dificilmente será votada, uma vez que tem muita gente apostando no quanto pior, melhor. Além disso, a proximidade das eleições de 2018 deixa o Congresso acovardado, com medo de votar medidas impopulares.

Ainda assim, por certo, o ano de 2017 não pode ser considerado como dos piores. Se comparado aos anos de 2015 e 2016, ainda dá para afirmar que houve alguns avanços importantes. Segundo os economistas, a inflação está num patamar de estabilização, os juros caíram, o índice de desemprego diminuiu e a economia dá alguns sinais de melhora. Até a Justiça, que teve muitas críticas por causa de algumas decisões monocráticas equivocadas de ministros do STF, conseguiu prender o Maluf. Só Fiquei com pena daquela bengala, comprada as pressas para escorar o enorme peso da corrupção e da mentira que ele sempre carregou. Mas esse tipo de teatro faz parte do roteiro político no Brasil. Daqui a pouco, outra decisão monocrática, “impar”, o coloca numa “prisão domiciliar” em alguma mansão dos Jardins, na cidade de São Paulo.

Portanto, 2018, um ano par, chega com um fio de esperança. Tomara que os brasileiros possam comemorar algo de bom durante o ano que vai começar. Feliz Ano Novo!

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