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O QUE ESPERAR PARA 2018 ?

Adellunar Marge

O ano que já agoniza não vai deixar saudades. Se por um lado tivemos as ações sem precedentes da Operação Lava a Jato, tivemos uma violenta força contrária para desacreditar essas ações e tentar impedir o encarceramento de grandes corruptos, cujo poder de fogo desafia a vontade das massas populares de passar a limpo o nosso Brasil.

A esquerda, que jamais teve um projeto de governo, construiu sim, um projeto de poder, escandalizando o mundo ocidental com o maior esquema de corrupção já imaginado. Protágoras afirmava, no século V a.C que “o homem é a medida de todas as coisas”. O grande problema está justamente aí: Há grupos que, ao se instalarem no poder, usam como “medida” para as suas ações o comportamento moralmente viciado que têm. É como a raposa tomando conta do galinheiro. Renée Descartes, cujas cartesianas tanto nos inquietavam nas aulas de Matemática, disse que “o bom senso parece a coisa mais bem distribuída no mundo, pois ninguém se queixa de não possuí-lo…”. Mas o que faltou e falta a muitos poderosos que transitaram e transitam pelo poder foi justamente um pouco de bom senso para exercerem o poder com pelo menos um pouco de dignidade.

Dizem que o fim de um ano e o nascimento de um outro, renovam as esperanças de um mundo melhor. Talvez as confraternizações de um final de ano, as festas de “amigo-oculto”, os presentes para os amigos e, principalmente, o doce consolo de Dioniso através dos espumantes, acentuem o nosso sentimentalismo e nos forneça essa dose de esperança que necessitamos. Mas nada acontecerá sem a ação de cada um de nós. Se o país como um todo não se indignar com tudo isso que assistimos, corremos risco de colocar no poder as mesmas pessoas, que exercitarão no poder os mesmos vícios.

Todos os corruptos que chegaram ao poder chegaram lá através do voto direto, livre e democrático de cada eleitor brasileiro, chegaram lá através do nosso “bom senso” em escolher.

A corrupção e o uso desastroso do poder é como um câncer social que se alastra como num processo de metástase, contaminando todas as instituições. Para esse tipo de mal só uma ação coletiva pela moralização. Alijar do processo político as ovelhas negras é uma necessidade, mas não será tarefa fácil nas próximas eleições, pois elas se multiplicaram em todas as esferas do poder e há momentos em que parece não encontrarmos ninguém com ficha limpa para confiarmos a direção do país. Na década de 30, os adeptos de Mussolini acreditavam que para acabarem com os adeptos de Gramsci e do PC italiano, bastava uma dose de óleo de rícino. Hoje temos medicamento muito melhor que é o voto livre e consciente, capaz de eliminar do processo os que não fizeram bom uso do poder.

Não pensem que esse é um discurso pessimista. Mas é que os anos vividos acabam por tirar do nosso espírito aquelas esperanças baseadas apenas em palavras ou no surgimento de alguém que venha com uma varinha mágica para transformar o nosso país em um lugar melhor para se viver.  A construção de um mundo melhor depende das nossas ações. Em 2018 continuarão aparecendo novos e ousados radicalismos e a palavra de ordem continuará sendo “desconstruir”. Precisamos ter muito equilíbrio para sabermos o que deve ser desconstruído e o que deve ser mantido como valor dentro de uma sociedade. Aí deve prevalecer o bom senso que todos julgam ter em grande quantidade mas poucos o exercitam com consciência.

Boas Festas para todos vocês !

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