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O tiro saiu pela culatra

Um tiro sair pela culatra, ou seja, pela parte traseira de uma espingarda, só seria possível nos msoquetes do séc.XVIII, cuja munição e pólvora eram carregados pelo mesmo orifício, que era o cano da arma. Mas mesmo assim, a expressão “O tiro saiu pela culatra” consagrou-se como sendo a tomada errada de uma decisão que provoca uma consequência contrária àquela que se pretendia.

Assim foi a pífia passeata organizada por alguns professores de Universidades Públicas e alunos “ideologizados” nos bancos escolares, contra o que eles entendiam como corte de verbas nas Universidades. O despreparo de alunos e professores, preocupados mais com o repasse de ideologia do que com a qualidade da educação, impede que eles entendam a diferença entre “corte de verba” e “contingenciamento”; impede que eles entendam que,  pelo contrário, as Universidades Públicas brasileiras têm verba em excesso, o que não têm é competência e honestidade para administrar os vultosos recursos que lhes são destinados, fruto do sacrifício da população que paga os seus impostos; impede que eles entendam que o Ensino Fundamental, principalmente, está um caos; impede que eles entendam que as nossas  Universidades Públicas gastam imensamente mais do que grandes Universidades norte-americanas ou europeias que, administradas por competentes e íntegros Conselhos, já propiciaram centenas de prêmios Nobel nos mais variados campos da ciência e da tecnologia, enquanto as nossas Universidades Públicas ainda estão distantes anos luz de cumprirem o verdadeiro papel de uma “Universitas”. As nossas Universidades se tornaram peritas em ideologizar alunos nas ultrapassadas linhas de esquerda, como se  nos dias atuais ainda tivesse algum significado ensinar os pensamentos naftalínicos de Marx, de Engels ou de Gramsci. Mas em que sentido a pífia passeata foi “um tiro pela culatra”?

É que a resposta veio imediata. Não por grupos organizados e ideologizados à custa do dinheiro público, mas de uma forma espontânea e com a participação de diversos setores da população. Os motivos? Os motivos foram vários. Primeiro um apoio maciço ao projeto do Governo Federal de empreender as reformas que o nosso país precisa, principalmente a da Previdência; segundo, uma reação à esquerda retrógrada que por quase duas décadas dilapidou o nosso país, solapando as nossas finanças com o maior sistema de corrupção já ocorrido no planeta; uma esquerda que tem seus principais líderes atrás das grades, condenados por corrupção e formação de quadrilha. Essas foram algumas das motivações das passeatas promovidas pela população brasileira em todas as capitais  e em grande parte das cidades brasileiras. A nossa Muriaé não ficou de fora dessa manifestação nacional. O tiro da esquerda saiu mesmo pela culatra e chamuscou de pólvora a cara dos esquerdopatas.

Apenas um problema induz a uma crítica mais aguçada. Durante as passeatas da população, muitos cartazes eram veiculados pedindo o “fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal”. Sem dúvida, vivemos em uma Democracia Liberal e é livre a expressão de pensamento, mas justamente por sermos uma Democracia Liberal temos a obrigação de defender as nossas Instituições e não de fechá-las. O Poder Legislativo, tanto federal, Estadual ou Municipal e as Cortes de Justiça são instrumentos fundamentais para a existência de uma democracia e a limitação de quaisquer tentativas de poder discricionário. Mas o que faz as pessoas pregarem o seu fechamento? Talvez seja a insistência de alguns membros dessas instituições, ou talvez muitos, de não ouvirem a voz da população que deseja e exige a moralização do país. Mas isso não é motivo para abandonarmos as nossas convicções democráticas. A solução deverá vir sempre do aperfeiçoamento das nossas instituições pelo processo democrático do voto popular, um voto consciente capaz de impedir os maus políticos de galgarem o poder. Só assim poderemos moralizar o nosso país. Aí as nossas escolas, sem partido e sem ideologização, poderão formar as futuras gerações em conhecimento humanístico e científico, como qualquer cidadão de bem deseja.

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