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O trânsito em Muriaé

Por Adellunar Marge

O trânsito de veículos e de pessoas tem sido um dos grandes tormentos dos centros urbanos. As cidades crescendo desordenadamente, com ruas estreitas e mal projetadas, sem um Plano Diretor eficiente e sem, é claro, uma fiscalização severa, o caos se instala e se transforma em um transtorno diário para a população.

Antes apenas os grandes centros urbanos sofriam com o problema do trânsito. As cidades do interior ainda guardavam alguma tranqüilidade para os seus habitantes. Mas o mundo mudou. O incremento da indústria automotiva, as facilidades de crédito para compra de veículos e a vontade humana de possuir um carro, promoveram o aumento da frota de veículos em todas as cidades, inclusive em nossa Muriaé.

Mas o nosso problema não é apenas a quantidade de veículos e as pistas urbanas de rolagem, normalmente estreitas. Falta também uma educação de trânsito adequada. A grande maioria dos veículos não respeita as faixas de travessia de pedestres e os próprios pedestres, em sua maioria, também atravessam as pistas com o sinal aberto para os carros.

A sinalização semafórica também tem fatos interessantes. Muitos motoristas, para economizar combustível, desligam o carro no sinal, atrasando o fluxo do trânsito. Na Rua Amador Pinheiro de Barros, por exemplo, chega a ser pitoresco, se não fosse irritante: a lentidão dos veículos para avançar o carro quando o sinal abre, aliada ao tempo mal calculado do semáforo, está quase dando para passar apenas “meio carro” a cada abertura do sinal. Chega ser hilário. Além disso, alguns motoristas não confiam no sinal e mesmo depois que ele abre, o danado olha para um lado da rua que cruza, depois olha para o outro e só então, muito desconfiado, vai arrancando o carro devagarzinho.

Estacionar carro em nossas ruas, nem se fala, principalmente no centro da cidade. Mas se preferimos ir a pé temos um outro problema: a educação de trânsito para pedestres. As calçadas de largura diminuta e ainda estreitadas pelos “monumentos de concreto” da concessionária de energia elétrica, já seriam um tormento para o trânsito a pé, mas além disso as pessoas andam emparelhadas ou em zig-zag, ocupando o exíguo espaço da calçada e não dando chance para o mais apressado passar. Como não se tem buzina, fica-se andando atrás dos transeuntes lentos até que a sorte ofereça a oportunidade da “ultrapassagem”. Nas escadas rolantes de Metrôs dos grandes centros europeus, existem placas orientadoras para que os transeuntes lentos se postem na parte direita da escada, deixando a esquerda para os de maior pressa ultrapassarem. Bem que poderíamos ter dessas plaquinhas em nossas calçadas.

Eu ia escrever também alguma coisa sobre o nosso rio. Sobre o mal hábito das pessoas que jogam sacolas de lixo em toda a extensão de suas margens e sobre o omissão do poder público. Mas aí eu fui dar uma espiadinha no rio e tive uma surpresa: Ele sumiu…gente…! No lugar onde ele corria cresceu uma vegetação viçosa, ostentando em toda a extensão um verde vivo como o mar. Por enquanto ainda existem algumas reminiscências do antigo rio. Mas em breve não precisaremos mais nos preocupar com o rio, ele sumiu…

Mas o fato curioso é que, assim como o rio, os tais “amigos do rio Muriaé” que faziam correntes afetivas para abraçar o nosso rio, também sumiram… gente…!

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