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Os desafios dos novos governantes

Francisco Laviola – 14/11/2018

O Brasil é um país de dimensões continentais. São 8.516.000 km² e a sua agenda de necessidades urgentes ou urgentíssimas a serem pautadas pelos novos governantes é diretamente proporcional à sua extensão territorial. Nesse cenário estão incluídos não só o novo presidente da República recém-eleito, mas também os novos governadores que somente agora estão começando a tomar ciência da caótica situação financeira da maioria dos estados brasileiros. Alguns pela péssima gestão dos seus administradores e outros por causa do inchaço da máquina pública, devido à subserviência criminosa dos eternos apaniguados que os ajudaram a se elegerem em outras eleições e que passaram os últimos quatro anos cobrando a fatura.

Vários estados chegaram a decretar situação de calamidade financeira, outros decretaram situação de emergência, mas nenhum deles procurou cortar as suas despesas ou buscar um ajuste fiscal que lhe desse um mínimo de condições de governabilidade. As informações trazidas pelos noticiários dão conta de que 14 estados da Federação estouraram o seu limite de gastos com pessoal.  Na pauta, sem dúvida, a irresponsabilidade fiscal.

O estado de Minas, por exemplo, neste mandato ainda em curso, resolveu meter a mão grande nos direitos constitucionais dos municípios, como o FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – e outros repasses que deveriam ser feitos, como é o caso da cota parte do IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores -, deixando os gestores municipais à míngua de recursos e sem possibilidades de honrar com os compromissos básicos, como saúde e educação, por exemplo. Nem assim deixou de atrasar os seus compromissos com o funcionalismo. Trata-se de uma engrenagem que não pode ser quebrada, pois se os recursos não chegam, quem mais sofre, lá na ponta, é a população carente que depende da contrapartida do Estado para arcar com as suas necessidades básicas.

Já o presidente recém-eleito tem uma extensa pauta de extrema urgência. Diferentemente das últimas eleições, ele não tem compromissos com partidos e políticos que têm por hábito utilizarem-se do fisiologismo barato. No entanto, não dá para pensar em governar sem negociar com o Congresso e com os governadores. Isto não quer dizer que ele tenha que se submeter à política rasteira do toma lá, dá cá, que foi a marca registrada dos últimos governos. Mas existe um legado maldito que está sendo deixado pelos governos Lula/Dilma/Temer, cujas soluções exigem tomadas de posições urgentes. A reforma da Previdência, a questão da saúde, o combate à corrupção, a precariedade dos presídios e as questões de segurança pública. Neste contexto, não há como negar que o contrabando de armas e o narcotráfico deverão merecer uma atenção especial do novo ministro da Justiça, a ser empossado em janeiro de 2019. Segundo informações, existem hoje cerca de 70 facções pertencentes ao crime organizado, literalmente em guerra em 14 estados da Federação e que vêm aterrorizando a população. Outra questão de urgência é a vigilância de nossas fronteiras com países vizinhos, cuja extensão chega a dezessete mil quilômetros.

Além das questões econômicas, cujos acertos são primordiais para o crescimento do país, são, portanto, inúmeros os desafios do novo presidente, Jair Bolsonaro.

Tomara que os seus super ministros, como têm sido chamados pela imprensa os que foram escolhidos até agora, possam lhe dar o suporte necessário para promover uma mudança de rumo no país. E isto não sou eu quem está dizendo. É o povo que o elegeu que está esperando ansiosamente.

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