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Passando o Brasil a limpo

Continuam os trabalhos da Operação Lava-Jato. Apesar das notórias tentativas de esvaziá-la, ou de minimizar as contundentes provas levantadas contra todos aqueles que assaltaram o país nos últimos anos, como dizia o grande chefe, nos seus áureos tempos de liderança sindical, “a luta continua, companheiros”.

E a luta da força-tarefa que se instalou inicialmente em Curitiba, comandada pelo juiz Sérgio Moro, representando o Judiciário, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal só continua porque todo esse trabalho digno feito por estas instituições tem o apoio irrestrito da sociedade. Do contrário, todo esse esforço para apurar as denúncias de corrupção, principalmente as que envolvem os poderosos políticos e os seus partidos, já teria ido por água abaixo, como aconteceram várias vezes com as famosas CPI’s, cujos resultados sempre terminavam nas não menos famosas “pizzas”.

Impossível não aplaudir esse trabalho; e a sociedade tem consciência disso, pois, “nunca antes na História deste país” se viu tanta sujeira ser revolvida, tendo como resultado visto a exposição das vísceras contaminadas do poder. Esta é a mais ampla e significativa frente de investigação a respeito de corrupção da nossa História. Sem dúvida, ela ficará gravada para sempre na memória de quem foi testemunha e será contada pelos historiadores para as futuras gerações. Todos os crimes representados por assalto aos cofres públicos, lavagem de dinheiro, formação de cartel, uso de caixa dois em campanhas eleitorais e que se encaixam como corrupção ativa ou passiva estão sendo expostos para o respeitável público, mostrando que muito embora a lona que cobria o grande circo estivesse em perfeitas condições, no seu interior reinava a podridão fétida formada por gente sem escrúpulos.

Há alguns céticos que ainda dizem que esse trabalho todo não vai dar em nada. Pois eu afirmo, com convicção, que já deu certo. É só lembrar que políticos poderosos como Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Luiz Estevão, Antônio Palocci e José Dirceu, para citar somente alguns, estão vendo o “sol nascer quadrado”. Além deles, famosos empresários como Eike Batista e Marcelo Odebrecht, que há anos pagavam propinas para participarem de licitações fraudulentas, encontram-se na mesma situação. Por quanto tempo? Não se sabe. Mas quem diria, há alguns anos, que tudo isso poderia estar ocorrendo hoje no Brasil? Se todos os corruptos que enfeitam o plantel do poder com as suas gravatas coloridas passassem pela humilhação de ter as suas cabeças raspadas e pela experiência de “hospedarem” numa carceragem de quatro metros quadrados, por um prazo mínimo que fosse, garanto que pensariam dez vezes antes de meter a mão no dinheiro do povo.

Os noticiários desta semana dão conta de que a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo a abertura de mais 83 inquéritos e enviou 211 outros casos para várias instâncias inferiores, tudo isso fruto das delações dos diretores da Odebrecht feitas à Polícia e ao Ministério Público Federal. Por certo, muitos desdobramentos ainda vão acontecer. Podem confiar. Apesar do ceticismo de alguns, o Brasil está sendo passado a limpo.

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