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Que Deus proteja o Brasil

Francisco Laviola – 01/02/2018

A entrada de um novo ano, tradicionalmente, é carregada de expectativas que nos sugerem pensar num ano melhor do que aquele que passou, com realizações positivas e com as esperanças renovadas para o ano que começa. Pelo menos é assim que se faz nas confraternizações das chamadas viradas, com todos desejando até para as pessoas que não conhecem, um novo ano repleto de paz, saúde, prosperidade, etc.

O ano de 20l7 já se foi. Como aconteceu no ano anterior, não deixará muitas saudades, levando-se em consideração tudo que ocorreu no cenário político nacional. Mas era o que tinha para o momento. Efetivamente, não havia outra saída para o país a não ser a manutenção de Michel Temer na Presidência. Naquela altura dos acontecimentos, a sua defenestração causaria ainda mais insegurança no mercado e mais uma bagunça institucional para ser equacionada.

Não discuto os meios utilizados para a permanência do presidente no poder, até porque, a cooptação, as negociatas, e o famoso toma lá, dá cá, são falcatruas condenáveis e que já vêm de longe, ou seja, desde o início dos dois mandatos de Lula. De nada adianta os petistas reclamarem do modo Temer de governar, pois eles estão apenas provando do próprio veneno. O modus operandi foi o mesmo. Mudaram-se os artistas, mas o circo continuou intacto. A chamada política de coalizão, que poderia ser legítima, se fosse mirada na governabilidade, foi desvirtuada e passou a ser uma política de cooptação. E pau que dá em Zé, dá também em Bastião – Francisco está fora disso – e assim, se confirma que Michel Temer só lastreou aquilo que foi inaugurado pelos governos anteriores, para continuar se equilibrando na sua “pinguela” de travessia. Na verdade, ele até vem conseguindo algumas proezas, como baixar os juros, colocar a inflação em patamares aceitáveis, além de buscar fazer as reformas estruturantes que o país precisa para crescer, apesar do seu índice de popularidade estar rastejando na grama e de enfrentar toda essa gritaria de uma oposição que apostou todas as suas fichas na política da pior espécie, ou seja, do quanto pior, melhor. O fato incontestável a considerar é que a economia vem dando sinais de melhora, o que sinaliza que ela anda se descolando de todo esse descalabro político que o país experimentou nestes três últimos anos. Menos pior, portanto. Se o Termer tem contas a ajustar, a partir de 2019 ele estará sem mandato, sem foro privilegiado, e, portanto, livre para se explicar com a Justiça. Se for condenado e tiver que ir para a cadeia também, que vá.

O ano de 2018 já começou quente. O estopim aceso pela Operação Lava-Jato, há três anos, fez detonar a bomba no peito do “intocável” Lula. Houve gritarias e ranger de dentes, afinal para a militância petista o “São” Luiz Lula da Silva está acima da lei e não importa que ele seja acusado de ser o autor intelectual de uma organização criminosa que assaltou as estatais e os Fundos de Pensão do país. Seus principais parceiros dos seus dois mandatos estão quase todos condenados e presos. Mas o que importa isso? Querem-no candidato a qualquer custo, mesmo condenado no primeiro processo, decisão confirmada em segunda instância pelo TRF4. Tem recursos? Claro que tem. No Brasil se dá um jeitinho para tudo. Só que existem mais seis processos, e o próximo já deverá ser julgado em março pelo Juiz Sérgio Moro. Pelo que se sabe, o processo do sítio de Atibaia, por exemplo, é cópia fiel do caso tríplex, no qual o ex-presidente foi condenado a mais de doze anos, em regime fechado. E com sérias agravantes.

Mas, o que importa isso? As eleições deste ano já estão bem próximas e já existem pelo menos uns oito pré-candidatos dispostos a chafurdar o lamaçal político. Com esse estapafúrdio quadro partidário que nada de braçadas nas águas das negociatas espúrias, a impessoalidade, a moralidade, a publicidade e a eficiência, princípios básicos que são exigidos pelo artigo 37 da Constituição para o exercício de funções públicas, são jogados no lixo. A Operação Lava-Jato está dizendo ao Brasil que roubar é crime e que ladrões têm é que ir para a cadeia e não para o poder.

Se parte da população já não se importa em colocar no poder réus ou ladrões, devidamente processados e condenados, é por que ela está se lixando para o país – as pesquisas estão apontando para isto.  E nesse caso meus amigos, só nos resta rezar. Que Deus proteja o Brasil.

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