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Realidade vivente

O sentido real de uma palavra pode não ser apenas os incluídos no dicionário

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.” – Jesus. (João, 15:12)

 

À vista de um mesmo assunto podemos ter pontos de vista muito diferentes, mas nem por isso devemos nos agastar uns com os outros…

O filósofo espanhol José Ortega, conta que “de perspectivas diferentes, dois homens podem olhar uma paisagem e, sem embargo, não enxergar a mesma coisa. Enquanto um deles realça certos detalhes o outro – provavelmente – nem os percebe. Teria sentido que cada um declarasse falsa a paisagem alheia? Evidentemente não, pois tão real é uma quanto a outra e cada vida é um ponto de vista diferente sobre o universo que nos cerca.

O que acontece com a visão corpórea se cumpre igualmente com todos os outros sentidos, inclusive com a vertente psicológica, ou seja, o modo de percepção e entendimento das coisas e pessoas pode transcender o campo objetivo”.

Segundo Ortega esse fenômeno alcança também as palavras ainda que presas às suas raízes etimológicas. Quando queremos saber seus significados não basta apenas recorrermos ao dicionário, mas é necessário também nos atermos ao seu aspecto contextual, ou melhor: como a palavra foi mencionada, por quem, para quem, em que situação, etc…

Exemplifiquemos: a palavra “cravo” tanto pode significar uma flor, um prego ou um condimento muito utilizado pelos doceiros. Assim, de acordo com a circunstância, pode ter diversas significações.

O idioma ou língua é, pois, um texto para ser entendido e necessita sempre de ilustrações e tais ilustrações consistem na realidade vivente a partir da qual se contextualiza o fato, realidade essa, por sinal, instável, fugitiva que às vezes chega e se vai para não mais voltar.

De tudo isso resulta que o sentido real da palavra pode não ser algumas das indicações do dicionário, mas sim o sentido imposto no instante contextual em que é pronunciada ou escrita.

Tanto na escrita quanto na oralidade há que se ter em conta esses considerandos de flexibilidade a fim de que possamos intercambiar as ideias sem deformações prejudiciais ao contexto da vida de relação.

A ausência do entendimento entre pessoas e até mesmo entre povos inteiros deve-se à falta de percepção, precipitações, intempestividades e, em especial, da falta dos condimentos do amor na equação relacional.

Dessa forma, numa sociedade pluralista na qual vivemos na atualidade terrestre, para nos colocarmos de acordo uns com os outros e encontrarmos a solução mais vantajosa para todos, mesmo com nossos pontos de vista totalmente diferentes, basta incluirmos em nossa realidade vivente o notável e singular ingrediente ensinado e devidamente praticado por Jesus chamado: AMOR!

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