Search
Close this search box.

Santo Agostinho e seus ensinamentos

Francisco Laviola – 13/10/2017

Temos que admitir, de forma honesta, que escrever sobre a política brasileira está ficando um exercício de paciência, e às vezes até enfadonho, para quem tem a obrigação de preencher semanalmente o seu espaço reservado, num jornal que cresce, e que a cada dia, de forma imparcial, procura prestar os seus serviços à população através da informação de fontes fidedignas; daí a razão do seu sucesso como periódico informativo, já há 11 anos.

Imagino que, quanto à política, o leitor deve estar pensando da mesma forma que eu, e talvez já esteja também se sentido enfastiado com todo esse imbróglio que vem acontecendo dentro dos Poderes da República, e pode ser que anda se perguntando o porquê do articulista continuar batendo na mesma tecla.

É que a política praticada no Brasil não muda. Mudam-se os “artistas”, mas, os “mosquitos” sãos os mesmos. E o que é pior, são as formas como todos eles agem, com raríssimas exceções, para fazerem os conchavos espúrios que lhes permitam a chance de chegarem ao poder.

O que mais nos impressiona é que o cidadão que cumpre o seu dever dentro da sociedade, trabalhando e pagando os seus impostos, é uma eterna vítima da insegurança proliferada, permanecendo sempre a mercê de bandidos inescrupulosos, corruptos, fraudadores, estelionatários e delinquentes de todos os tipos.

Parece-nos que a crise moral e a inversão de valores que se instalaram no país, não têm mais fim. São falcatruas, golpes, fraudes e corrupção das mais variadas modalidades a manipular as consciências dos indivíduos, de forma a parecer que todos esses delitos fazem parte do cotidiano e que a sociedade tem a obrigação de conviver com o “emporcalhamento” da nossa jovem democracia.

Os mensalões, petrolões e todas as demais roubalheiras em empresas estatais, autarquias, fundos de pensão e bancos pertencentes ao Estado, que ao longo dos últimos anos vêm sendo expostas, mostram que as pessoas que comandam o país não têm nenhum apreço pela ordem, pela lei e pelo estado democrático de direito.

Um dia desses, revolvendo alguns papeis antigos, me deparei com um desses calendários – a antiga folhinha – que trazem no seu verso dados biográficos de santos canonizados pela Igreja Católica. Lendo-o sem muito compromisso, certifiquei-me de que lá continha alguns dados biográficos de Santo Agostinho, e foi assim que constatei que ele foi bispo, escritor, teólogo, filósofo e Doutor da Igreja Católica, ou seja, uma das figuras mais importantes do desenvolvimento do Cristianismo no Ocidente.

Fechando os seus dados biográficos lá constavam algumas frases a ele atribuídas, todas escritas em latim, com as suas respectivas traduções. Uma delas mereceu a minha especial atenção, não só porque se referia ao cumprimento das leis, mas principalmente porque, embora escrita lá pelos anos 400, poderia ser aplicável à realidade de hoje.  Dizia assim: “Serva ordinem et ordo servabit te” que quer dizer: Observa a ordem  e a ordem te guardará. Seria mais simples se todos cumprissem as  leis e observassem a ordem.

            Apesar de tudo, ainda penso na possibilidade das pessoas se respeitarem e respeitar as leis e as instituições, para tornar esse país mais justo e mais igualitário. Quem sabe um dia?

Deixe um comentário

Outras Notícias