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UM ATENTADO À DEMOCRACIA

Adellunar Marge

Muito mais do que um atentado ao candidato Bolsonaro, o lamentável episódio da facada foi um atentado à Democracia e ao Estado de Direito em que vivemos. As investigações estão em andamento para se apurar se foi um ato solitário ou um ato orquestrado e é necessário que se apure, pois paira sobre o caso uma nuvem de incertezas. A alegação precipitada e quase imediata dos advogados da insanidade mental do autor do atentado, é estranha, uma vez que o tal Adélio Bispo possui curso superior de Pedagogia e era militante da esquerda. É claro que um curso superior não isenta uma pessoa de possuir alguma insanidade mental, mas é necessário que se apure a fundo. No lamentável assassinato da Vereadora Carioca Marieli, do PSOL, a própria imprensa exigiu uma apuração rigorosa para se chegar a possíveis ou pretensos mandantes. Nada mais natural que se faça o mesmo em relação à facada desferida no candidato, independente do partido a que pertença.

O estabelecimento de um Estado Democrático de Direito é uma conquista árdua de uma nação, resultado de muita luta. Felizmente a esquerda brasileira não conseguiu, durante e após o desgoverno João Goulart, fazer do Brasil uma “Ditadura Comunista” nos moldes de Cuba. Recentemente o Brasil passou por um período de intensa corrupção que solapou a nossa economia e envergonhou o nosso país diante do mundo. A irresponsabilidade ética nos poderes Executivo e Legislativo destruiu grande parte do patrimônio de Estatais, com rombos que escandalizaram o mundo. A Operação Lava a Jato tem sido um alento e uma esperança para o povo brasileiro que acredita que a justiça irá prevalecer sobre a desonestidade de inúmeros políticos e empresários. Mas essa Operação, com um trabalho e desempenho brilhante de competentes juízes, promotores e da eficiente Polícia Federal pode ir por água abaixo e decepcionar os milhões de brasileiros que mantém acesa a chama da esperança de um país mais justo e mais humano para aqueles que virão depois de nós.

Não podemos permitir que o desespero de alguns comprometa a estabilidade do nosso país e o mergulhe em uma crise institucional que seria nociva a todos.

Faltam poucos dias para as eleições. Os candidatos estão aí à nossa frente com suas idéias e plataformas. Temos a vantagem de conhecer grande parte deles e optar por aqueles que acharmos melhor para o nosso país. Em um período crítico, como esse em que vivemos, o zelo maior deve ser com as instituições, principalmente com a família, a célula principal de uma sociedade. Se esta se desmorona e se corrompe, todo o resto de compromete.

Infelizmente, em um país que se caracterizou desde sempre, mas principalmente nos últimos treze anos, pelos “mensalões” e acordos políticos para a conquista e manutenção do poder, a eleição em Segundo Turno passa a ser um risco à integridade moral do país. As ofertas de Ministérios e altos cargos é sempre comum para a formalização de alianças ou apoiamentos. É nesse momento que se unem os mais diversos interesses e as mais distintas ideologias com o objetivo único de se chegar ao poder. Depois, na hora da partilha dos espólios, visa-se o bem próprio e não o comum, subtraindo-se recursos preciosos que poderiam e deveriam ser empregados na Educação, na Saúde e na Segurança Pública.

Será que o povo já se esqueceu do rombo da Petrobrás, cujo montante foi maior do que o PIB da maioria dos países do mundo e considerado o maior roubo de recursos públicos de todos os tempos ? Acredito que não e ainda está vivo na memória popular os nomes dos corruptos, alguns condenados e outros ainda em fase de processos.

Mas a lei permite o Segundo Turno e é nosso dever segui-la, mas isso não impede de exercitarmos a nossa opção do voto livre e democrático para levarmos ao poder aqueles que entendemos serem os melhores, entre as opções que nos são oferecidas. Mas em benefício das nossas famílias e do nosso país temos que promover uma mudança radical na regra perversa do jogo político.

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