Search
Close this search box.

Um país abençoado por Deus

Moro num país tropical, abençoado por Deus. Só não sou Flamengo e nem tenho uma nega chamada Tereza. A canção de Jorge Bem Jor retrata muito bem o nosso país que é cantado em versos e prosas pelos compositores e poetas, como já o fora em outros tempos, por Olavo Bilac, em “A Pátria” e por Ari Barroso, com a sua famosa “Aquarela”.

Aqui, felizmente, não temos catástrofes naturais como vulcões e nem terremotos, como o que praticamente arrasou três estados do México no início do mês; também não temos os furacões, como o Irma, que devastou a Ilhas Virgens e o estado da Flórida nos Estados Unidos, deixando um rastro de morte e destruição de cidades e suas paisagens. Pode até acontecer alguns desastres como o de Mariana, no ano passado. Mas a diferença é enorme, pois ali estava presente o peso da mão do homem na irresponsabilidade de uma empresa na manutenção de uma barragem, tragédia que poderia ter sido evitada. De resto, temos sim, um povo ordeiro e trabalhador, que honra o lema do Pavilhão Nacional, sempre na esperança de que dias melhores poderão vir. Afinal, se dizem que Deus é brasileiro, quem poderá estar contra?

Pois bem, se não temos as catástrofes naturais para derrubar o país, o mesmo não se pode dizer sobre o caráter dos homens que passaram a comandar as nossas Instituições. A Constituição Federal, promulgada em 05 de outubro de 1988 pelo “Ulysses brasileiro”, à qual ele intitulou de “Constituição Cidadã”, foi vilipendiada e rasgada pelos Poderes que ela, a partir de 1988, imaginou constituir.  Os poderes delegados pelo povo, ávido pelo exercício de uma democracia, depois de sofrer mais de 20 anos de opressão de uma Ditadura Militar, foram distorcidos e a História contemporânea mostra que ainda teremos que caminhar muito mais para chegarmos ao verdadeiro Estado Democrático de Direito.

Dos últimos presidentes eleitos pelo voto direto, tivemos dois varridos do governo, após processos de impeachment: Collor, por corrupção e Dilma, por crime de responsabilidade. Lula, que concluiu os seus dois mandatos, conseguiu jogar para debaixo do tapete o maior esquema de corrupção do país. Agora descoberto, está prestes a ir para a cadeia. A “jararaca”, que pisaram no rabo dela, como ele próprio disse, continua destilando o seu veneno por aí, mas pode receber a pancada final pelas mãos do Juiz Sérgio Moro. Resta Michel Temer, o vice-presidente que substituiu a defenestrada Dilma, prometendo fazer um restante de governo de salvação nacional e ser a ponte para o futuro, mas, agora, não por acaso, está também “encalacrado” com a justiça. Depois de ter sido gravado e delatado por Joesley Batista, da empresa JBS, um larápio contumaz criado pelos governos anteriores, parece que a sua ponte virou uma pinguela que está prestes a ruir.

O Legislativo é o outro Poder que forma uma casta de agraciados. Com o instituto do foro privilegiado, acabam se livrado das leis apesar dos crimes cometidos em série, porque sempre as fizeram legislando em causa própria. E assim, comandam partidos fisiológicos, sem ideais e sem programas, mas que se mantêm de pé graças ao um Fundo Partidário, recursos tirados do bolso do brasileiro para financiar uma democracia de privilégios e impunidades.

É preciso banir de vez os bandidos que se apoderam do país e que estão promovendo toda essa catástrofe planejada. Enquanto nos outros países, os vulcões e furacões como o Catrina em Nova Orleans em 2005 e o Irma, da semana passada, são catástrofes de ordem natural, no Brasil vamos enfrentando os tsunamis políticos promovidos pelos assaltantes do poder. Sorte nossa que moramos num “país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”. Seguramente, com o trabalho do nosso povo, vamos sair da crise e vamos vencer.

 

Deixe um comentário

Outras Notícias