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Vale tudo

Depois de deflagrado o Golpe Militar, em 1964, que culminou com a deposição do então presidente da República, João Goulart, o Brasil viveu mais de 20 anos de sua História sob o comando de marechais e generais, que só permitiram ao povo ir às ruas a partir do ano de 1984, quando a sociedade criou coragem e começou a exigir a redemocratização do país, nas memoráveis campanhas das “Diretas já”.

A partir daí, embora tenha avançado na sua redemocratização, o país viveu dez anos de uma intensa turbulência econômica, entre Planos e mais Planos, até chegar à estabilização com a criação do Plano Real, em 1994, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Na política, o marco histórico mais importante foi a consolidação da redemocratização do país, através da promulgação da nova Constituição, em 5 de outubro de 1988, quando foram resgatados os direitos e as garantias dos cidadãos, o respeito às instituições, a liberdade de expressão e o direito à informação, elementos básicos do Estado Democrático de Direito.

Pois bem. Passados quase 28 anos da promulgação da Constituição, chamada por Ulisses Guimarães, então presidente da Câmara dos Deputados, de “Constituição Cidadã”, temos hoje um país novamente sacudido por turbulências, causadas pelas crises política e econômica. Temos um governo desastrado, sem credibilidade, em que a corrupção campeia livre, leve e solta. Temos um Congresso desmoralizado, que se deixou levar pelas falcatruas, resultado de uma degradação sem precedentes dos princípios da honestidade e da probidade. O famoso “jeitinho brasileiro” se tornou um gigante e colaborou decisivamente com a pavimentação da principal via de acesso, usada para a realização dos assaltos ao dinheiro público, patrimônio de todos os brasileiros que trabalham e pagam os seus impostos.

A turbulência se concentra hoje não só na economia. Ela está, principalmente, na política, onde o comandante e seu copiloto, representados pela dupla Lula/Dilma, estão prestes a serem defenestrados pela janela da aeronave, que desgovernada, busca desesperadamente o apoio do povo para encontrar alguma pista de pouso razoavelmente segura.

Enquanto se dá a partida para o possível “bota fora” da presidenta Dilma, exigido nas manifestações das ruas, Lula, o comandante, por enquanto sem foro privilegiado, procura desesperadamente o esconderijo ideal para que possa, em algum lugar seguro e fora do alcance das garras da Polícia Federal, ter tempo de explicar as falcatruas engendradas durante o seu governo. Se, por imposição do Judiciário, não der certo a trapaça do “manto” oferecido pela presidenta, e ele não puder assumir o Ministério da Casa Civil, já se fala até no seu refúgio em alguma embaixada, para não ser surpreendido mais uma vez às seis da manhã.

Como corolário de todo esse imbróglio, a substituição do ministro que comanda a pasta da Justiça à qual está subordinada a Polícia Federal, escancara uma nova artimanha engendrada pela dupla para tentar barrar as investigações da Lava-Jato. E a Democracia, conquistada a duras penas? Bem, como é próprio do pensamento e da forma de falar do ex-presidente Lula, a Democracia que se… Bem, deixa pra lá. É com esse desprezo que os brasileiros e as principais instituições do país estão sendo tratados. O caos está instalado. Vale tudo.

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