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ZACCARIA CIRILO MARQUES

Nascido em 04 de novembro de 1927
Falecido em 27 de fevereiro de 1985

zaccaria marquesZaccaria Cirilo Marques nasceu em Muriaé no ano de 1927, filho do alfaiate José Cirilo Marques e de Minervina Ramos Marques, residentes na Rua Benedito Valadares.

Desde criança, já revelava tendências artísticas. Aos doze anos, foi convidado a fazer parte da Banda de Música “Imaculada Conceição”, regida pelo seu padrinho Maestro Sebastião Laviola, que foi o seu primeiro professor de música. Mais tarde, Zaccaria organizava, com alguns colegas de banda, o “Jazz-Orquestra”, sobressaindo-se a sua bela voz.

Estudou Contabilidade por correspondência e aprofundou seu italiano: era um autodidata. Como todo menino do interior que deseja seguir nos estudos, mudou-se para Juiz de Fora onde conheceu Geralda Armond, Diretora do Museu Mariano Procópio, com quem se casou. Geralda seria então a pessoa fundamental para seu desenvolvimento artístico, estimulando muito sua carreira de cantor, que culminaria num dos maiores tenores que o Brasil já teve.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1946, onde cantou, pela primeira vez, no programa de calouros de Renato Murce que disse ser Zaccaria “um diamante a ser lapidado”.

Em 1953, Zaccaria entrou para o “Teatro Experimental de Ópera”. No mesmo ano, prestou concurso de canto para o coro do Teatro Municipal do Rio de Janeiro sagrando-se vencedor em 2º lugar dentre 142 candidatos.

Estreou como artista profissional em 1956 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, ao lado de artistas renomados, como Mario Del Mônaco e Boris Cristoff. Apenas dois anos depois, já aparecia interpretando papéis principais de óperas importantes, como La Bohème de Puccini, Cavaleiro da Rosa de Strauss, Macbeth de Verdi e Jeanne D’Arc de Honneger.

Cantou nos principais teatros brasileiros e no exterior. Brilhou em Nova York, Caracas, Santiago, La Plata, Buenos Aires, Palermo e tantas outras cidades mundo afora.

Suas apresentações em cantatas e oratórios foram filmadas pela TV Educativa do Rio de Janeiro e pela TV Cultura de São Paulo. Gravou vários discos, entre eles, a Madame

Butterfly, de Puccini, e Fosca, de Carlos Gomes.

Seu repertório constava de vinte e oito óperas apresentadas sob a regência dos melhores maestros brasileiros e alguns dos mais renomados regentes internacionais.

A imprensa só tinha elogios para Zaccaria Marques: “… o nosso Zaccaria Marques, por exemplo, personificando um cantor tipo italiano, foi o primeiro a conseguir palmas interruptoras do espetáculo e merecidas, por sinal”. (O Globo de 27/07/1959)

A imprensa muriaeense, sempre que podia, tecia elogios a Zaccaria: “Atuando no Teatro Municipal… o nosso conterrâneo tem impressionado como tenor de magnífico recurso, com voz clara, firme e possante”.

Apresentou-se em Muriaé, nos anos 70, acompanhado de outros artistas da ópera de renome nacional, como Paulo Fortes, Diva Pieranti, Maria Helena Buzelin e Ruth Staerke, para uma apresentação de alguns trechos de ópera.

Faleceu prematuramente de infarto em 27 de fevereiro de 1985, com apenas cinqüenta e sete anos, na cidade do Rio de Janeiro, deixando incompleta uma belíssima carreira. O Brasil perdeu um de seus maiores cantores líricos e Muriaé um de seus filhos mais ilustres.

Como justa homenagem, o teatro municipal, localizado na Fundarte, recebe seu nome.

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