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A morte é o retrato da vida

Muitos creem que a morte santifica quem lhe sofre a ocorrência

“A cada um será dado de acordo com as suas obras.” – Jesus.  (Mt., 16:27).

Com o seu lúcido e singular tirocínio, Allan Kardec indagou dos Benfeitores Espirituais em “O Livro dos Espíritos”, (questão 508), se as pessoas que se achavam em boas condições, ao deixarem a Terra, sempre podem proteger os que lhes são caros e que lhes “sobrevivem”.  Ao que responderam os Numes Tutelares: “(…) mais ou menos restrito é o  poder  de  que desfrutam. A  situação  em que se  encontram  nem  sempre  lhes permite inteira liberdade de ação”.

Não poucas criaturas creem que a morte tem o condão de santificar quem lhe sofre  a  ocorrência…  Daí, observarmos o triste e inútil espetáculo de romarias a  túmulos dessa  ou daquela personagem recém-desencarnada, com flagrante  e indisfarçável  intenção de obter o benefício de um  “milagre”  ou uma “graça” que lhes possibilite a remoção de seus incômodos ou a realização de seus (geralmente rasteiros) desejos…

O pobre recém-desencarnado nem ao menos ainda saiu do torpor e perturbação tão comuns e naturais dessa fase de grande transição; muitas vezes nem mesmo tem  consciência do próprio desenlace do corpo físico e já se transformou em  santo milagreiro!… E toca pedido em cima!…

No livro “Vida e caminho”, Emmanuel ensina o seguinte: “(…) do túmulo para a frente,  não  encontramos senão  nós  mesmos,  naquilo  que  realizamos do berço para o sepulcro. E a desencarnação, por isso mesmo,  assemelha-se no renascimento físico, à porta de mil faces. Cada um  de  nós  se retira do campo da  luta humana, transportando consigo aquilo que ajuntou.

Em verdade, todos se preparam para a evidência no  mundo,  ciosos  da  máscara  que  lhes  assegurará respeito e dignidade no jogo das aparências, mas raras  criaturas se  habilitam  para o Reino da Luz, onde somos  conhecidos  pelos tesouros ou pelas calamidades que trazemos por dentro do coração.

Sendo a morte o retrato da vida, depende, assim, de nós, o Céu que podemos iniciar ao sol de hoje ou o inferno que nos acolherá, inflexível, na treva de amanhã…”.

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