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Ano Santo Extraordinário – Misericordiosos como o Pai

Fundamentados nas sagradas escrituras, onde os jubileus são celebrados como querer e vontade de Deus para que se estabeleça o direito e a justiça entre os povos, a Igreja tem o costume de oferecer aos fiéis, de 30 em 30 anos, um Ano Santo, ou seja, uma ocasião de muita oração, revisão de vida, conversão e de uma prática mais próxima do Evangelho.

Na Bíblia, por causa do pecado que domina, escraviza e distancia, Deus, através dos profetas, ordena o Ano Santo, ou um jubileu. Neste ano, os presos devem ser libertados, os escravos devem ser liberados e tornados homens livres, a terra deve ser novamente e igualitariamente repartida e as dívidas deveriam ser perdoadas. Fica claro que o jubileu, ou como preferimos hoje, o Ano Santo, era um período de um “recomeço”, uma chance dada por Deus a todo o ser humano, uma forma de Deus dizer o quanto que Ele acredita na humanidade que Ele criou. A partir do Ano Santo bíblico, todos voltavam a viver de igual para igual; eram orientados a não mais viver do pecado que divide, distancia, escraviza e domina. Na lógica do jubileu, o perdão deve estar na base de todo encaminhamento na vida. Não existem relacionamentos perfeitos, não existe o marido ideal, não existe a esposa ideal, não existe o amigo ideal, não existe o emprego ou uma forma de vida ideal. Somos todos, e repito, TODOS, pecadores. Os únicos mecanismos capazes de nos colocar todos no mesmo patamar são o perdão e a conversão. Através destes, estamos constantemente sendo lembrados de que somos todos feitos da mesma matéria e vivemos graças ao mesmo sopro. Ninguém é melhor que ninguém por possuir mais, por se mais inteligente, por ter melhores condições de vida. Ninguém é pior por ter caído nas armadilhas da vida e viver, a partir desta queda, uma vida nada plausível e marcada pelo pecado. Se hoje um irmão cometeu uma falta muito grave, não devemos julgá-lo; amanhã poderá acontecer comigo. Somos da mesma matéria. Somos do mesmo pó!

De 30 em 30 anos, a Igreja nos convida a esta forte revisão de vida. A Igreja nos convida a um recomeço. Por isto, este Ano Santo convocado pelo papa Francisco é um ano “extraordinário”. O último ano foi convocado pelo papa João Paulo II em 2000. O próximo deveria ser apenas em 2030. De maneira extraordinária, o papa convoca este ano e tem muito a nos dizer através dele.

Com este ato extraordinário, o papa quer oferecer aos cristãos a oportunidade de se libertarem da indiferença que humilha, se libertarem da habituação que anestesia o espírito e impede a descoberta da  novidade, e, por fim, de se libertarem do cinismo que destrói. Vamos viver este Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, refletindo nossa realidade e buscando agir na mesma com “espírito Cristão e bem formado”.  Observemos os cinco passos que evidenciei semana passada aqui, nesta coluna.

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