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As manifestações de rua: “pedalinhos”, “pixulecos” e o número 13-171

As manifestações de rua feitas pelo povo no último domingo foi um show de civismo e, principalmente, de civilidade. Ir para as ruas espontaneamente em pleno domingo, um dia de descanso, para protestar contra o governo, contra a corrupção e contra o modelo político implantado a partir de Brasília nos últimos anos, sem dúvida, foi uma coisa bonita de se ver. Um verdadeiro espetáculo em cores verde e amarela.

Segundo as informações oficiais, mais de 3,5 milhões de pessoas estavam nas ruas. Ficou claro que, além de protestar contra a roubalheira petista, contra a presidenta, com palavras de ordem como “Fora Dilma, fora PT”, os manifestantes enxotaram também políticos da oposição, que, oportunistas, tentaram surfar na onda de protestos do povo. Ficou claro que mais do que os protestos contra a corrupção, contra a impunidade e contra a roubalheira que se instalou no país, os protestos foram contra os políticos e contra a política.

Empolga, realmente, a ironia e a criatividade do povo. Além de levar para as ruas cartazes, faixas e a Bandeira do Brasil, se vestiram de verde e amarelo e levaram também réplicas dos “pedalinhos” e os já famosos bonecos infláveis “pixulecos”, com as suas cores listradas, que simbolizam o desejo de ver Lula na cadeia, com o número “13-171”. Enquanto o número 13 significa o protesto contra o PT, o número 171 significa a roubalheira, a corrupção e os desvios do dinheiro público, utilizado para engordar as contas bancárias desses políticos corruptos que comandam o país. Tudo faz sentido. Enquanto o 13 é o número do PT, o 171 é o número do artigo do Código Penal Brasileiro, que define o crime de roubo e que diz exatamente o seguinte: “Artigo 171 – Obter para si ou para outrem, vantagens ilícitas, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer meio fraudulento”. É o famoso número, conhecido pelos malandros e bandidos, como “um sete um”. Quando um bandido encontra-se preso por roubo e alguém pergunta o porquê da sua prisão, ele responde sem titubear e na “cara de pau”: “Peguei um sete um, mano”.

Pois muito bem. Por uma obra do acaso, por coincidência, ironia, ou sei lá o porquê, a presidenta Dilma é hoje uma mega dependente do número 171. Se for instaurado o processo de impeachment da presidenta na Câmara dos Deputados, que é composta de 513 parlamentares e se todos votarem sem que haja abstenção, serão 171 votos que estarão no limite entre o céu e o inferno para a presidenta.

Para recompor a base e buscar os votos necessários, a presidenta, agora acuada pelo ronco das ruas, pede socorro ao seu criador e principal artífice político. Com Lula voltando ao centro do poder como ministro-chefe da Casa Civil, mata-se dois coelhos numa cajadada só. É uma questão de proteção mútua. Enquanto Lula articula para tentar unir de novo a base governista e conseguir os votos dos parlamentares para defender o cargo da presidenta, na qualidade de ministro e com foro privilegiado, ele se livra, também, da caneta impecável da qual se utiliza o juiz Sérgio Moro para assinar as suas sentenças de prisão. A trapaça da volta de Lula ao centro do poder ficou clara na divulgação do áudio do contato telefônico entre Lula e Dilma, numa clara obstrução às ações da Justiça: “Eu estou mandando o papel – Termo de Posse – só use em caso de necessidade”, disse a presidenta.

Desta forma, o “boneco pixuleco”, com o seu número 13-171, por enquanto, continuará mandando, obtendo as suas vantagens ilícitas em prejuízo de todos, induzindo e mantendo parlamentares em erro mediante artifícios, ardil e meios fraudulentos, ou seja, tudo o que o Código Penal define como crime. Colocar o Lula como ministro é mais um tapa desferido na cara do povo que foi às ruas. Mas, e daí? O povo que se dane, afinal de contas, apesar dos crimes, eles continuam no poder.

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