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Como gerenciar uma confecção do vestuário sem ter informações?

Neste momento, convido o leitor para fazermos uma viagem. Imagine que estamos no Rio de Janeiro, precisamos deslocar até a cidade de Belo Horizonte. O translado ocorrerá em carro de passeio, durante a noite. Porém, temos um problema. Logo após o embarque, percorridos apenas aproximadamente 45 quilômetros, as luzes do painel se apagam, o carro sofre uma pane elétrica – não compromete nada do motor, este continua em pleno funcionamento; o carro segue andando, passados mais alguns pouco quilômetros, os faróis se apagam.

Imagine-se guiando este carro, sem informações no painel e sem as luzes dos faróis que possam indicar a direção correta. Podemos tentar nos balizarmos pelos outros carros que estão na mesma estrada. Vai dar certo?

Esta foi a abertura de uma palestra para cerca de 150 empresários. A reação foi óbvia. Deve ser a mesma que o leitor está vivenciando neste momento. Todos se contorceram nas cadeiras e foram categóricos ao afirmar “pare o caro, vou descer”. Realmente, concordo com todos vocês. O sentimento de insegurança, a ansiedade mediante a certeza do acidente iminente, o risco nos fazem concluir que a referida viagem não vale a pena; melhor cancelarmos.

Às vezes, encontramos empresários que gerem seus negócios na base da sorte. Não existe nenhuma métrica, não são estabelecidos objetivos, não existe meta. É como não ter o farol acesso: não se sabe para onde está indo. Desconhecendo-se os indicadores, não sabemos a velocidade, a temperatura, a quantidade de combustível; é como não se ter conhecimento do fluxo de caixa, da disponibilidade de recursos para arcar com os compromissos no decorrer do tempo; faltando informação quanto ao ciclo financeiro, será possível conceder descontos? Os prazos com os fornecedores estão ajustados às necessidades da empresa? Qual a taxa de lucratividade real? Qual o ponto de equilíbrio para a sobrevivência do meu negócio? Qual o custo fixo e variável da minha empresa?

“Se você não pode medir, você não pode gerenciar”- Peter Drucker

 

Assim como o ensinamento de Drucker, podemos inferir que não existe administração se não pudermos medir os resultados, comparar nossos esforços com a meta estabelecida, verificar as variáveis, as possibilidades de erros, os acontecimentos e, assim, garantir que as metas sejam alcançadas, que os desvios sejam corrigidos e que os resultados sejam positivos e prósperos.

Porém, os anos de consultoria e acompanhamento de empresas fizeram com que presenciasse esta situação por vários momentos. Negócios, empresas, sonhos de toda uma vida são largados à deriva da própria sorte. Enquanto as margens são fartas, alguns erros são tolerados. O problema é quando o mercado reduz as margens; o ganho passa a depender puramente da eficiência e eficácia dos esforços.

Fica aqui uma questão: se você tem medo de dirigir um carro sem farol e painel de indicadores, como consegue administrar seus negócios sem analisar relatórios tão básicos para a tomada de decisão? Será que a empresa não é assim tão importante? Alguns podem responder “sou meio avesso a papeis e tecnologias”. Boa desculpa, mas pode guardar, pois não irá gerar resultados positivos, apenas certo e passageiro conforto. Conheço um empresário que também é meio avesso à tecnologia, mas anda com dois papéis no bolso da camisa, anotados a mão, saldo de contas a pagar e a receber. Concordo com você. É rudimentar, mas para ele funciona, e tem resultados. O que funciona para você?

Porém, para finalizar este conversa, tenho uma boa notícia: caso esteja cansado de pilotar sua empresa na mais absoluta escuridão, é fácil adquirir o conhecimento necessário, seja contratando um especialista, um consultor ou participando de cursos e qualificações de pequena duração, específicos para empreendedores. Existem muitas opções.

Você tem o direito e o dever de ter o controle total sobre sua empresa. Boa sorte!

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