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Editorial

Todos conhecem o “Bolsa Família” como o maior programa do Governo Federal no sentido de prestar assistência às famílias que se encontram abaixo da linha de pobreza. Trata-se de um programa de transferência condicionada de renda, cuja condição principal é de que as famílias beneficiadas mantenham seus filhos matriculados na escola pública e cumpram um calendário de visitas a postos de saúde, com vacinação, consulta pré-natal e vários outros acompanhamentos médicos.

Embora seja um programa assistencial com o objetivo de reduzir a desigualdade e a pobreza e voltado para a inclusão social de milhões de brasileiros, alguns questionamentos devem ser feitos. Por exemplo: qual é o limite desse programa? Tratando-se de um programa de caráter emergencial, até quando o Estado deverá “bancar” esse tipo de ação, distribuindo dinheiro em espécie à população? Trata-se de um programa bem fiscalizado, para que os recursos cheguem somente nas mãos de quem deles necessita? Como garantir que no futuro essas famílias possam viver sem a ajuda do governo?  Além destes questionamentos, levando-se em conta a corrupção que campeia livre, leve e solta no país, é difícil acreditar na existência de um programa dessa magnitude sem as famosas fraudes. Da mesma forma que estão fazendo na questão dos benefícios da Previdência, o “Bolsa Família” precisa também de um “pente-fino” para detectar desvios que certamente existem.

O governo está certo em se preocupar com os milhões de brasileiros que se encontram abaixo da linha de pobreza, mas são necessárias ações paralelas, capazes de criar empregos e condições de trabalho. É preciso uma série de incentivos reais para que as famílias pobres possam buscar, por suas próprias iniciativas, melhores condições de vida através do trabalho, sem ficar esperando por soluções milagrosas, o que cria, na verdade, uma grande dependência para com o Estado. Nesse caso, prevalece o ditado popular: pode até dar o peixe, mas ensinar a pescar é uma arte que deve ser cultivada, afinal, é o trabalho que dignifica o homem.

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