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Educação e ideologia

Por Adellunar Marge – Pela Constituição Brasileira não deveria haver interferência ideológica do poder público na educação, visto que em um Estado que se propõe democrático a transmissão do conhecimento e o seu desenvolvimento não deveriam vir atrelados à doutrinações ideológicas.

Mas não é o que acontece nos regimes extremistas, tanto de direita como de esquerda.

No Brasil assistimos ao amesquinhamento de nossas Universidades (que de universitas não têm nada) e da educação nos níveis elementares, principalmente com uma doutrinação ideológica embutida, a partir do nordestino Paulo Freire. As práticas educacionais de Paulo Freire fundamentam-se nas noções de instrução popular de Antônio Gramsci, o jornalista e ativista de esquerda italiano.

Antônio Gramsci, vítima de uma doença em criança que comprometeu o seu desenvolvimento físico e o deixou corcunda até a fase adulta, nasceu na Sardenha, de uma família pobre e, vencendo essas dificuldades, logrou formar-se em Letras pela Universidade de Turim. Desde jovem optou pelo caminho das doutrinas de esquerda, influenciado pelas idéias marxistas postas em prática pela Revolução Russa de 1917, recém ocorrida. Colunista do jornal italiano “L’Avanti”, foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. Em 1926 foi preso e condenado a cinco anos de prisão e, um ano depois, teve sua pena elevada para 20 anos.

Com o fracasso das idéias marxistas no mundo e a derrocada do regime soviético, essas linhas de pensamento aniquilaram-se por si só, restando apenas em algumas ditaduras espalhadas pelo mundo e em alguns países subdesenvolvidos da América Latina. No Brasil, emanadas dos focos de esquerda de algumas Universidades como a USP e a Unicamp e de outras menores, caudatárias dessas idéias, persiste a ênfase, não no conhecimento, mas na chamada “formação da cidadania”, que na realidade é de notória orientação para as ideologias de esquerda.

É claro que o preço tem sido muito caro para o nosso país. A qualidade da nossa educação cai a cada ano, principalmente após a ascensão das elites de esquerda ao poder. Quando será que vão entender que regimes autoritários, tanto de esquerda quanto de direita são “farinhas do mesmo saco”?

Em levantamento de alguns meses atrás constatou-se que das quinze melhores Universidades do mundo em qualidade de ensino e de pesquisa, doze estão nos Estados Unidos e três na Europa. As nossas, como dos demais países da América Latina passam longe dessas qualificações. Em doutrinação talvez ocupemos os primeiros lugares.

Um sistema educacional é um processo complexo, sem dúvida, mas só pode ter chance de sucesso se basear-se na transmissão e construção do conhecimento e nas noções fundamentais de liberdade de pensamento. Não se forma cidadãos com imposição de ideologias, principalmente partidárias. Nada é mais formador de caráter do que o exercício da liberdade para escolher o próprio caminho.

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