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Educação e responsabilidade

A educação sempre teve os seus problemas, em todas as épocas e em todos os lugares, mas sempre foi o instrumento necessário para que o homem deixasse o seu estado de selvageria e, graças ao instrumento da cultura, pudesse viver em sociedade. Na realidade, muito diferente do que pregava Rousseau, o homem não nasce bom e é corrompido pela sociedade. Na realidade, o homem nasce em estado selvagem e se não fosse a cultura, seria um animal impossível de viver em comunhão com os demais. Quem pensa que o homem chamado civilizado é violento, não presta atenção na violência da própria natureza, onde sobrevive apenas o mais forte, o mais apto. Vocês conhecem a história daquele leãozinho doente que vivia nas savanas africanas? É claro que não e jamais vão conhecer, pois não existe animalzinho doente na floresta, a não ser por alguns instantes. A natureza se encarrega de eliminá-lo com a sua brutal estratégia.

Assim, entendemos a necessidade da educação, tanto a familiar como a formal, como instrumento para repassar os conhecimentos adquiridos pela humanidade e para preparar o indivíduo para a construção de novos saberes, além, é claro, de formar o homem moral, apto a viver em sociedade e respeitar as regras sociais.

A educação em nosso país está longe de cumprir esses papéis. Perdeu em qualidade e abastardou-se como transmissora e construtora de conhecimento. O governo, preocupando-se mais com o sucesso eleitoral, priorizou a quantidade em detrimento da qualidade. As faculdades se estenderam e se estendem pelo país afora sem a mínima preocupação com a qualidade. O sistema de cotas e outros meios deram fim à meritocracia e o nível das universidades despencou, como era de se esperar, nesses últimos dez ou 12 anos. Mas é claro que os detentores do poder, estribados nas doutrinas carcomidas e naftalínicas, defendem o sistema.

O pretenso autoritarismo dos modelos passados foi substituído pelo desrespeito à educação e aos valores nacionais. Não é de se espantar que o nosso país, nesses últimos dez ou 12 anos, ostente o maior índice de corrupção da sua história nas várias esferas do poder.

E justamente quem está no comando do país dita as normas para “educar” o nosso povo. Aliar qualidade com quantidade em educação é tarefa difícil, e para governantes competentes. Seria esperar demais de governos que duraram até acabarem os recursos adquiridos pelos governantes anteriores. Recursos econômicos e recursos de gestão inteligente.

Na última semana tive o desprazer de escutar pela televisão, uma pessoa que se dizia cineasta, falando sobre educação. Pela barba e pelo discurso retrógrado, denunciou logo a sua linha política. Defendia o governo e afirmava que a educação em nosso país havia melhorado, e muito, nos últimos dez ou 12 anos, universalizando-se e se transformando em palco de debates.

Pensei até em me aborrecer com as sandices do tal cineasta. Depois, achei melhor mudar de canal e assistir a alguma coisa mais interessante. Afinal, o cara não era nenhum Spielberg, Scorsese ou Coppola. Se o cara entender de cinema como ele entende de educação, fico imaginando a qualidade dos filmes que ele faz… e não duvido que deva ainda conseguir patrocínio de órgãos e entidades do governo para fazer os seus filmezinhos…

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