Escândalos
O viciado é a primeira vítima do seu vício
“Ai do homem por quem o escândalo venha”. – Jesus. (Mt., 18:7).
Aboletado numa luxuosa primeira classe do avião que faria o voo entre Nova York e Paris, o diretor geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) e candidato cotadíssimo para ser o próximo presidente da França, jamais poderia imaginar que dentro de poucos minutos sua imagem seria totalmente detonada, sob a acusação de prática de crimes sexuais… Saiu do avião humilhantemente algemado e levado às barras de um tribunal, onde deixou uma fiança de um milhão de dólares em troca de uma prisão domiciliar com direito a tornozeleira eletrônica. E sabe-se lá quantos outros milhões despenderá na continuidade dos trâmites processuais! Passou alguns dias em uma cela individual bem menos confortável que a suíte do hotel onde se hospedara ao preço de cinco mil reais a diária.
Escândalos, escândalos! Ai do homem por quem ele venha!…
Segundo Allan Kardec , quando Jesus disse que “é preciso que haja escândalo no mundo”, Ele estava querendo dizer o seguinte: “(…) imperfeitos como são na Terra os homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo.
É necessário que o escândalo venha, porque, estando em expiação na Terra, os homens se punem a si mesmos pelo contato de seus vícios, cujas primeiras vítimas são eles próprios e cujos inconvenientes acabam por compreender.
Quando estiverem cansados de sofrer devido ao mal, procurarão remédio no bem. A reação desses vícios serve, pois, ao mesmo tempo, de castigo para uns e de provas para outros. É assim que do mal tira Deus o bem e que os próprios homens utilizam as coisas más ou as escórias.
(…) “Se vossa mão é causa de escândalo, cortai-a”. Figura enérgica esta, que seria absurda se tomada ao pé da letra, e que apenas significa que cada um deve destruir em si toda causa de escândalo, isto é, de mal; arrancar do coração todo sentimento impuro e toda tendência viciosa. Quer dizer também que, para o homem, mais vale ter cortada uma das mãos, antes que servir essa mão de instrumento para uma ação má; ficar privado da vista, antes que lhe servirem os olhos para conceber maus pensamentos. Jesus, pois, nada disse de absurdo para quem quer que apreenda o sentido alegórico e profundo de Suas palavras”.