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Força, resiliência e determinação

Conheça um pouco da trajetória da lutadora muriaeense, Poliana Botelho, que estreia no UFC no dia 7 de outubro

Entre a rotina de treinos e eventos relacionados à prática das artes marciais, a recém contratada do Ultimate Fighting Championship – UFC, Poliana Botelho, nos concedeu um pouco de seu tempo para falar sobre sua história até se firmar como lutadora profissional aos 27 anos.

Amante do esporte em geral, Poliana iniciou bem cedo suas atividades: começou a treinar vôlei com apenas sete anos de idade. Pouco tempo depois, seguiu com o handball. Neste ela chegou a se profissionalizar. “Sempre tive facilidade para qualquer tipo de esporte” comenta a jovem. À convite de uma amiga, Poliana foi a sua primeira aula de muaythai e, nesse mesmo dia, o chute perfeito fez com que chamasse a atenção de seu então professor. E assim ela deu continuidade aos treinos.

“Ao encontrar a luta, descobri a peça que faltava em minha vida”

Mesmo com facilidade para diversas modalidades esportivas, foi à luta que fez com que Poliana Botelho se identificasse e tivesse certeza do que realmente queria. “Digo que tive uma segunda chance com a luta. O mesmo não aconteceu com o handball”. Hoje Poliana se entrega de corpo, literalmente, e alma para o que agora se tornou seu futuro profissional.

Como toda carreira de sucesso, podemos imaginar que o início não foi assim tão fácil. Para se tornar uma lutadora de destaque, Poliana precisou deixar Muriaé há três anos e se instalar no Rio de Janeiro para se dedicar inteiramente aos treinos diários. Foi com essa persistência que ela chegou ao UFC.

“Nunca tive uma vida fácil”

Ao chegar à capital fluminense, Poliana foi aprovada no teste da academia Nova União, onde treina e sua primeira preocupação foi: onde irei morar? Com ajuda de sua parceira de treino, Claudinha Gadelha, a mineira encontrou refúgio na comunidade do Morro Azul, fez amigos e hoje circula pelo Rio como se fosse sua própria cidade natal. “A adaptação não foi fácil. Às vezes pensava se conseguiria o dinheiro para pagar o aluguel, mas com a ajuda de meus pais e meus esforços, sempre dava certo”. Com isso, Poliana foi aprendendo a encarar os desafios e o maior deles era acreditar em si mesma. A maior dificuldade? A ausência da família.

“Eles viveram o meu sonho”

A família de Poliana sempre foi a maior incentivadora da jovem. Nenhum deles influenciou-a a seguir o caminho das artes marciais e, muito menos, fizeram com que ela desistisse, mesmo com todas as dificuldades que surgiram. “Minha família sempre apoiou minhas escolhas e vibraram comigo em todas as conquistas”.

Nem mesmo o preconceito pelo fato de ser lutadora tomou conta do ambiente familiar. Poliana diz, com bom humor, que apenas ouvia os comentários carinhosos de uma tia ao falar que ela só não “podia machucar seu rosto bonito”.

“Otimismo, fonte de inspiração e empoderamento feminino”

Poliana não sofreu nenhum tipo de preconceito dentro da família por optar por um esporte um pouco “diferente” do que estamos acostumados. Mulheres em combate também tem recebido mais notoriedade depois de muitas dificuldades. O mesmo ainda não acontece em diversos ambientes na sociedade. No trabalho, nas famílias, na vida em geral. O universo feminino continua na busca incansável pelos mesmos direitos. Seja na equiparação salarial, ao ocupar cargos de chefia, na busca por proteção e libertação de seu próprio corpo de acordo com suas convicções. Há uma quebra de paradigmas e Poliana nos faz enxergar essa mudança, essa busca.

“Não sofri nenhum tipo de preconceito, mas tenho consciência do meu papel como mulher para servir de inspiração para outras meninas, que, assim como eu, também querem seu lugar ao sol. Buscamos um mundo de igualdade. A mulheres podem tanto quanto os homens. Temos que aproveitar cada momento em que somos valorizadas, conquistar nosso espaço” relata.

Em suas redes sociais, Poliana liga sua imagem à força feminina, como em uma campanha de um de seus patrocinadores que leva a frase: “lute como uma mulher”, que serve de inspiração para seu público nunca desistir de seus objetivos. “Tenho para mim que pensamos em desistir quando estamos passando por momentos de crise, pois não sabemos como agir, mas quando enfrentamos o problema, ficamos mais fortes e seguros do que possa vir pela frente”

Estreia no UFC

Neste momento, Poliana Botelho se prepara para sua estreia no UFC, no dia 7 de outubro, em Las Vegas (EUA), contra a lutadora Pearl Gonzalez. A muriaeense se diz preparada para a luta e espera trazer o título para Muriaé.

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