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O velho problema das estradas de Minas

Após o desgoverno do Pimentel (que agora, sem o manto protetor do foro privilegiado, deve enfrentar os Tribunais para prestar contas das acusações contra ele), o Governador Zema  vai ter muito trabalho para colocar o Estado de Minas Gerais nos trilhos.

Colocar as contas em dia, moralizar o pagamento do funcionalismo e transformar o nosso Estado em uma unidade da federação respeitada, não vai ser tarefa fácil.

As rodovias são um exemplo. A maior parte das estradas de Minas são estreitas, sem acostamento, sem a terceira via auxiliar para veículos pesados nas subidas e com depressões e irregularidades nas pistas que potencializam os riscos para os motoristas e passageiros que transitam por elas. Minas possui a maior malha rodoviária do país mas, com certeza, a mais mal conservada. Se comparadas com as rodovias de São Paulo, as nossas estradas parecem trilhas, e olhem que pagamos um dos mais elevados IPVAs do país.

O pior é que (e isso ocorre no Brasil inteiro), enfrentamos um elevado número de caminhões e carretas que tornam o trânsito insuportável. No início eram as carretas comuns, compostas pelo cavalo, onde se encontra a cabine do motorista e a carreta propriamente dita que lhe era atrelada. Agora, a despeito de nossas péssimas e estreitas estradas, criaram as “Carretas articuladas, compostas pelo Cavalo e mais dois imensos reboques, com um aviso de alerta escrito atrás: “Veículo longo, 30 metros”. Uma verdadeira linguiça mecânica que, quando transita à nossa frente na rodovia, demoramos quilômetros para ultrapassá-la.  No trecho entre Leopoldina e Juiz de Fora, por exemplo, é comum uma fila de 10 ou quinze veículos leves morcegando durante vários quilômetros a 40/h atrás de uma geringonça dessas. Muitos motoristas imprudentes tentam ultrapassá-las em locais impróprios e arriscam a sua vida e a dos passageiros, quando não se metem em acidentes graves. O citado trecho é um dos exemplos clássicos de estradas sem nenhum acostamento e sem “Terceira Via” nos trechos de subida.

O Governo Jânio Quadros proibiu, na época, os chamados “caminhões trucados” (aqueles que possuíam um terceiro eixo com mais duas rodas. Alegavam que tais caminhões, por concentrarem muito peso em uma menor quantidade de metro quadrado da estrada, danificavam a rodovia, produzindo afundamentos. Assim, foram entronizadas as carretas, com o objetivo de distribuírem o peso da carga em um espaço maior por metro quadrado da pista.

O raciocínio, é claro, não foi errado mas o problema era que as estradas cediam ao peso por sua má qualidade e pelas mutretas de empreiteiras que, cobrando milhões pela obra, não compactavam adequadamente a base da pista e colocavam uma “camadazinha  furreca”  de asfalto.

Se as estradas fossem amplas e bem construídas não teríamos problema com o trânsito das imensas e lentas geringonças que tanto risco oferecem aos que trafegam por nossas estradas. Mas é claro que a solução melhor seria incrementar a malha ferroviária para longos percursos e deixar as estradas para os caminhões menores e de percursos menores.

A cada campanha eleitoral assistimos desfilarem nos palanques propostas de incremento da malha ferroviária e fluvial, uma solução que não foi inventada por nós, mas que já existe nos países desenvolvidos que usam vagões ferroviários para longas distâncias e implantam em países como o nosso as suas fábricas de caminhões imensos que oneram o nosso transporte e se refletem nos preços das mercadorias que transportam.

Mas é claro que a substituição do transporte rodoviário pelo ferroviário deveria ser lenta e gradual pois a diminuição drástica dos caminhões pesados geraria graves problemas de desemprego e crise social no país.

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