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Os ditos populares e a história que precisamos contar

Há um ditado popular que diz que “há males que vêm para o bem”. Confesso que não compactuo muito com esse pensamento, pois, se pensássemos dessa forma, estaríamos atribuindo um valor considerável às mazelas que ocorrem no nosso dia a dia. Embora o pessimismo seja um sentimento próprio de algumas pessoas que se acomodam com a falta de perspectivas, penso que sempre que houver uma oportunidade de buscar a desarticulação do mal, aproveitando-a, estaremos contribuindo para o bem da coletividade e fazendo com que a sociedade encontre um caminho mais justo, mais humano e mais igualitário.

É de domínio público que o país tem passado nestes últimos anos por períodos conturbados. As instituições até agora vão se safando aos “trancos e barrancos”. A discussão diária é feita por todas as classes, seja nos escritórios, nas ruas ou nos botequins das esquinas. Há um sentimento de insegurança da população quanto ao futuro, o que faz com que ela, permanentemente, esteja em estado de alerta como se fosse um exercício de autodefesa. Como comecei a crônica citando um dito popular, vou emendar mais um: dizem que “a voz do povo é a voz de Deus”. Certamente, não por acaso, a população tem as suas razões. Tomara que esse dito popular seja avalizado pelo “Arquiteto do Universo”.

Para turbinar a economia, se fala nas reformas estruturantes. Uma delas é a da Previdência, já aprovada na Câmara dos Deputados. Agora passará pelo Senado, onde será submetida a mais duas votações para ser aprovada antes de ir à sanção do presidente.  A próxima reforma, que depende da conclusão desta primeira, deverá ser a reforma tributária. Esta também não será fácil, pois esbarra no interesse dos estados. Mas vamos lá.

Fala-se muito, também, do “nervosismo” do mercado internacional, como se ele fosse um personagem provido de vida própria e a quem se atribui parte da culpa de estimular a crise econômica que, ao longo dos anos, também ajudou a construir um cenário negativo. Como todos esses ingredientes mexem diretamente no bolso das pessoas, o grau de desconfiança é generalizado, fazendo com que haja um ceticismo da população, o que reflete, diretamente, na falta de investimentos de quem tem o poder de investir, com reflexos imediatos na produção.

Na política, instalou-se uma crise moral criada por um grupo de políticos aventureiros, desonestos e corruptos, personagens desta triste caminhada, que não tiveram o menor compromisso com a coisa pública ou qualquer consideração com as futuras gerações. Ainda bem que alguns já se encontram presos e outros devidamente processados.

A eleição de Jair Bolsonaro, improvável a princípio, acendeu o alerta para os desconfiados da extrema esquerda, mas trouxe um certo alento para a outra parte da população. Já bati muito no lulopetismo que afundou o país. Agora chega. Como estamos falando dos ditos populares, “pau que dá em Zé dá em Bastião” – Francisco está fora disso.  Jair Bolsonaro precisa descer de vez do palanque, assumir o comando na nau brasileira e governar o país. Liderar, protagonizar, buscar o lugar de Chefe de Estado, afinal, são mais de 57 milhões de pessoas que acreditaram nele. Não será provocando polêmicas com as suas falas grotescas que ele irá alcançar o lugar de estadista. Não basta abastecer no seu “Posto Ipiranga” e ir andar de Jet-ski ou colocar um chapéu de couro na cabeça e subir no palanque para ser fotografado.  Sua popularidade está em jogo e o país precisa da sua liderança para avançar econômica e socialmente. Recrudescer o quadro de incertezas e aumentar a desconfiança é um caminho tortuoso. Pode até chegar ao destino, mas nunca sem arranhões.

De lado outro, dizem também, que “depois da tempestade vem a bonança”. Pode ser que seja assim. E para que isso ocorra, é preciso confiar no futuro. É necessário que haja uma maior participação da sociedade e que ela seja um elemento ativo de transformação do país, começando pela base da pirâmide. No próximo ano já teremos eleições, pois o tempo não para.  Eleições municipais para o Executivo e o Legislativo, que são os poderes mais próximos da população. Se tudo aquilo que pode ser considerado podre nas administrações públicas de todo o país se concentrou no vértice da pirâmide, é preciso que a sua base seja refeita, revitalizada, transformada e reconstruída em alicerces mais fortes para dar consistência ao novo vértice, para que possa, dessa forma, apontar para um futuro mais promissor a começar pelos municípios de todo o país.

Se agirmos com essa determinação, deixando de lado as incertezas e confiando no futuro, talvez os ditos populares também terão a sua vez na história.

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