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Política. Ah… os políticos!

Na semana que vem, se nada mudar de rumo, deverá começar o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que poderá cassar a chapa Dilma/Temer. Como o processo formalizado é por abuso de poder econômico, instruído por documentos de financiamento ilegal de campanha, o famoso caixa 2, certamente gerará uma grande polêmica.

A dúvida que paira é se Temer, como companheiro de chapa da ex-presidente Dilma, também se beneficiou das maracutaias engendradas pelos tais financiamentos ilegais e se a prestação de contas os une pelo “casamento” do PT com o PMDB. O pedido de cassação foi feito pelo PSDB, pretendendo a diplomação dos candidatos derrotados, Aécio Neves e Aluísio Nunes.

Como o tempo passou, hoje já não interessa mais ao PSDB a sua postulação inicial, até porque, o companheiro de chapa de Aécio Neves, senador Aluisio Nunes (PSDB-SP), é o atual ministro das Relações Exteriores do governo de Michel Temer. Vejam como é a política! No caso da cassação da chapa, haverá uma nova eleição, com novos candidatos, para um mandato tampão até 2018, e o governo não será mais entregue aos ex-candidatos derrotados na eleição de 2014.

Defenestrada Dilma, houve uma reviravolta no cenário político. Quem era oposição, passou a ser situação, e, consequentemente, quem estava no poder, virou oposição. Por isso, essa gritaria toda de “Fora, Temer!”, muito embora em estado minguante em virtude de uma incipiente perspectiva de estabilização da economia. Se o país não melhorou, pelo menos parou de piorar, dando, segundo os economistas, alguns sinais de recuperação.

Porém, a dúvida que paira é a seguinte: com legitimidade ou sem ela, alguém pode afirmar, em sã consciência, que seria bom para o país, neste momento, a cassação do presidente Michel Temer? Até que ponto a eleição de um novo presidente para um mandato tampão até 2018 seria benéfico para o país, logo agora que economia dá sinais de recuperação? No caso de vacância da Presidência da República, e considerando que temos hoje um Congresso totalmente desmoralizado, estando grande parte dele com o “rabo preso” na Lava-Jato, quem seria esse candidato de consenso nacional, capaz de levar a um porto seguro essa nau que desde 2015 anda desgovernada?

Não tenho procuração para defender o mandato de Temer, até porque, entendo como exageradas as propostas de reforma da Previdência da forma com está posta.  Uma reforma previdenciária que tira os mais elementares direitos dos trabalhadores e que preserva os altos salários de parlamentares, funcionários públicos estaduais e federais, incluindo os do Judiciário, não pode ser bem quista pela população. É lógico que, contra um descalabro desse, a sociedade tem que reagir. Mas, o que fazer se os homens que fazem as leis deste país têm o péssimo hábito de legislar em causa própria?

Há um velho ditado popular que diz: “Quem nunca comeu melado, quando come se lambuza”. Saímos de um regime militar de repressão e torturas e não aprendemos a viver a democracia. A liberdade de podermos construir o verdadeiro estado democrático de direito, nos últimos tempos, só serviu para emporcalhar ainda mais a representatividade política. Os homens públicos deste país não honram os seus mandatos e jogam lama no nosso Pavilhão, que ensina que devemos ter “Ordem e Progresso”. Lamentável!

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