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Reminiscências e a era do WathsApp

Há mais de nove anos, estamos ocupando este espaço fazendo nossas crônicas semanais, que versam sempre sobre a política e a atualidade deste Brasil, orgulho de qualquer brasileiro e que desde os tempos de outrora é cantado em versos e prosas por nossos poetas, que, com os seus talentos cantos, poesias e músicas, dão a exata dimensão da felicidade que sentimos de termos nascido nesta terra.

Embora iniciando com um discurso meio nacionalista, não quero falar de política, e sempre que mudo o rumo da “prosa” é porque penso, como já escrevi em outras oportunidades, que é necessário algumas vezes desintoxicar o “fígado” da coluna, já bastante contaminado pelas abordagens das mazelas que políticos sem escrúpulos vêm impondo ao Brasil e aos brasileiros.

Por isso, dando uma guinada, quero falar do valor da amizade e o sentido da vida. Quantos amigos você tem? Falo de amigo, aquele que você pode contar com ele a qualquer hora, dividir com ele os bons e os maus momentos. Penso que se você puder contar com mais de cinco, que é o número dos dedos de uma das mãos – a do Lula não vale -, você pode se considerar um abençoado. Não se trata de uma crítica e nem de um pessimismo exagerado. Antes de tudo, isso retrata a realidade do nosso tempo. O mundo em ebulição, as novas tecnologias, a velocidade das informações, o WathsApp utilizado de forma errônea, a correria do dia a dia, a busca constante daquilo que não se sabe exatamente o quê, não nos deixam fazer amigos, e, com isto, a vida perde muito o seu sentido. As novas tecnologias nas redes sociais, por exemplo, que evoluem numa velocidade desesperadora, podem até aproximar os distantes, mas distancia os próximos.

Lembro com saudade, quando ainda criança, das conversas de varanda dos meus avós e, principalmente, do meu pai, que se reunia com amigos inseparáveis, como meu tio, conhecido como Capitão Ricardo, meu tio e vereador Zuta, o vereador e farmacêutico Liberty Dias, o primeiro prefeito da minha cidade de São Francisco do Glória, Joaquim Moreira, e outros mais, para contarem histórias, trocarem ideias e informações, falarem da política da época, “jogarem conversa fora” e ouvir uns dos outros até as pequenas mentiras sobre pescadores ou caçadores de pacas, coisa muito comum na época. Contrariando o mestre Ataulfo Alves, apesar das dificuldades da época, eles eram felizes e sabiam.

Não mudei a “prosa” por acaso. É que neste final de semana, fui convidado por antigos colegas meus do quarto ano ginasial – todos sexagenários -, que estão promovendo um reencontro da nossa turma depois de 47 anos, lá na minha cidade natal, a vizinha “São Chico”. Na verdade, todos somos meio cúmplices de uma leniente separação, embora os sonhos de alcançarmos os nossos ideais também tenham contribuído decisivamente para isso. Com esse reencontro, certamente, buscaremos a reparação, e todas as histórias da nossa juventude serão revividas por cada um dos participantes. Dos 30 e poucos, conseguimos arrebanhar 17. Alguns, infelizmente já falecidos, e outros, por questões meramente particulares, não poderão estar presentes. Acredito que, por três dias, pelo menos, conseguiremos vencer o WathsApp e, assim, buscar reviver um passado de muita amizade e companheirismo. Estou muito feliz com a possibilidade de revê-los. O resto, conto depois.

1 comentário em “Reminiscências e a era do WathsApp”

  1. Parabéns Chico! Sinto-me honrado em constar no rol de amizades que remanescem de tempos idos. Essa sua reportagem do dia 27/4/17 e sua redação sobre “corrupção” realmente mostram o seu instinto futurólogo em escrever seus pensamentos jornalísticos.

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