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Retrospectiva que não empolga

            Estamos bem próximos da virada de mais um ano, e se fizermos uma retrospectiva dos principais acontecimentos do país, certamente, não conseguiremos vislumbrar grandes novidades que possam ser comemoradas pelos brasileiros neste ano de 2018.

            Na política, apesar do combate à corrupção e a série de Operações da Lava-Jato, que deram alguns bons resultados, ainda continuaram durante todo o ano os conchavos, o fisiologismo barato praticados por partidos nascidos sem ideais, modelo lulopetista de governar plagiado pelo presidente Temer, para manter o seu mandato ameaçado. Menos mal que a economia do país, apesar de todo esse imbróglio, do qual somos testemunhas, deu alguns sinais de recuperação.

            Entre os jovens, as drogas continuam proliferando sem que os governos apresentem um programa mais consistente de combate e, principalmente, de tratamento para a recuperação e reinserção social dos usuários já viciados. Na esteira das drogas e do contrabando de armas, continua agindo o fortíssimo poder paralelo representado pelo narcotráfico, por causa da fragilidade e a impotência demonstradas pelas autoridades que têm o dever de combatê-lo.

             Até no futebol, a principal paixão nacional no esporte, a violência nos estádios  protagonizada por torcidas organizadas chegam às raias do absurdo, cujas cenas de barbáries tornam as famosas “arenas” verdadeiras praças de guerra.

             A saúde, que tem uma demanda infinita, também não é levada a sério, uma vez que muitos brasileiros continuam morrendo nas filas de hospitais públicos, por falta de estrutura e de atendimento médico.

             A violência continua sem limites, seja nas favelas ou nos morros onde reside a pobreza extrema; ou ainda atingido a elite, casos específicos do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e do ex-governador e ex-senador do Espírito Santo, Gerson Camata. Para completar, prenderam até um João que se dizia ser de Deus, médium acusado de abuso sexual de mais de 500 mulheres, que somente agora resolveram se manifestar.

            Os três Poderes da República, que deveriam ser independentes e harmônicos, segundo a Constituição, estão a cada dia que passa baixando o nível, num flagrante desrespeito ao povo brasileiro e ao país. Tem ministros da mais alta Corte do país, por exemplo, cuspindo na cara da sociedade, soltando os grandes artífices dos crimes de colarinho branco, porque sabem que o cargo que ocupam é vitalício e ninguém poderá tirá-los de lá. No apagar das luzes, pouco antes de iniciar o recesso, dois deles mostraram as suas caras. Não há nenhuma novidade nisso. É público e notório. Nas redes sociais, alguns deles são chamados pejorativamente de “ministros laxantes”. O juiz de primeira instância prende e o ministro do Supremo solta. Vejam a que ponto nós chegamos!

            Estamos próximos da virada de mais um ano. Espero, sinceramente, que o novo governo, ao assumir o poder, possa começar a virar a página desta triste história da nossa República. Assim sendo, só me resta, nesta última crônica do ano, desejar a todos um Feliz Ano Novo.

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